Não é de hoje que o senador Chico Rodrigues (DEM/RR), vice-líder do governo no Senado, frequenta o noticiário por envolvimento em práticas de mau uso do dinheiro público.
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Após o período na Câmara, Chico Rodrigues foi vice-governador e governador de Roraima, depois eleito para o Senado em 2018. Agora, no governo Bolsonaro, foi nomeado como um dos vice-líderes do governo do presidente no Senado.
Família Bolsonaro
Também não é de hoje a ligação de Chico Rodrigues com a família Bolsonaro.
Vídeo feito, provavelmente, em 2018, em função da fala de Chico Rodrigues, voltou a circular nas redes sociais após o flagra da PF.
Nele, o hoje senador justifica o apoio a Bolsonaro em função dos 20 anos de convivência na Câmara. “Quase uma união estável”, respondente, sorridente, o presidente.
Chico Rodrigues também mantém boa relação com os filhos de Bolsonaro. Ele emprega em seu gabinete Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, primo dos irmãos Bolsonaro - Flávio, Carlos (com quem morava no Rio de Janeiro) e Eduardo.
Perfil
Pernambucano, Chico Rodrigues assumiu seu primeiro cargo público após migrar para Roraima. Engenheiro Agrônomo, foi convidado para assumir a Secretaria de Agricultura durante o governo de Arídio Martins de Magalhães, ainda na ditadura militar, entre 1983 e 1985.
O primeiro mandato eletivo de Chico Rodrigues veio em 1989, quando conquistou uma vaga na Câmara Municipal de Boa Vista. Chico Rodrigues deixou a vaga de vereador em 1991, ano em que foi eleito para o primeiro de seus cinco mandatos como deputado federal.
O hoje senador também tem currículo em se tratando de mudanças de partidos. Ele já passou por seis siglas: MDB, PTB, PPB (atual Progressistas), PFL/DEM, PSB e PSDB.
Nas eleições de 2010, o então deputado abriu mão de disputar a reeleição. O então deputado do PSB resolveu aceitar ser vice na chapa do então governador José de Anchieta Júnior (PSDB), que venceu a eleição daquele ano.
Com o afastamento do titular pela Justiça, em 2014, Rodrigues chegou a ser empossado governador, mas teve o mandato cassado no mesmo ano, por irregularidades cometidas pela chapa nas eleições de 2010.
Após quatro anos afastado dos mandatos eletivos, Rodrigues voltou a se eleger 2018. Foi eleito senador pelo DEM, partido que integrou desde os tempos de PFL, com 22,49% dos votos, sendo o mais votado do Estado.
Nota
Após ser alvo de mandado de busca e apreensão e ser flagrado com dinheiro na cueca, a assessoria do senador divulgou a nota abaixo.
''Acredito na justiça dos homens e na justiça divina. Por este motivo estou tranquilo com o fato ocorrido hoje em minha residência em Boa Vista, capital de Roraima.
A Policia Federal cumpriu sua parte em fazer buscas em uma investigação na qual meu nome foi citado. No entanto, tive meu lar invadido por apenas ter feito meu trabalho como parlamentar, trazendo recursos para o combate ao covid-19 para a saúde do Estado.
Tenho um passado limpo e uma vida decente. Nunca me envolvi em escândalos de nenhum porte. Se houve processos contra minha pessoa no passado, foi provado na justiça que sou inocente. Na vida pública é assim, e ao logo dos meus 30 anos dentro da política conheci muita gente mal intencionada a fim de macular minha imagem. Ainda mais em um período eleitoral conturbado como está sendo o pleito em nossa capital.
Digo a quem me conhece que, fiquem tranquilos. Confio na justiça, vou provar que não tenho, nem tive nada a ver com qualquer ato ilícito. Não sou executivo, portanto, não sou ordenador de despesas, e como legislativo sigo fazendo minha parte trazendo recursos para que Roraima se desenvolva. Que a justiça seja feita e que se houver algum culpado que seja punido nos rigores de lei.''