Um relatório da Polícia Federal (PF) encaminhado para o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (15) detalha como foi a descoberta da tentativa de ocultação de dinheiro do senador Chico Rodrigues (DEM-RR).
Leia Mais
Barroso determina afastamento do senador Chico RodriguesPego com dinheiro nas nádegas, Chico Rodrigues está no 'top 10' de senadores com mais emendas liberadas em 2020'É quase uma união estável', já disse Bolsonaro ao senador Chico RodriguesDEM avalia punir Chico Rodrigues por dinheiro na cuecaBolsonaro: 'Pode estar havendo corrupção em algum setor? Pode. Porque não é fácil administrar'Após vice-líder do governo flagrado com dinheiro na cueca, Bolsonaro usa live para tentar se explicarSenador do escândalo da cueca declarou ter mais de meio milhão em espécieSem Lula, Bolsonaro e Moro empatariam no segundo turno, diz pesquisaNo fim da tarde de hoje, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR).
Relatório
A Polícia Federal preferiu não mostrar para Barroso o vídeo da apreensão de dinheiro na cueca do senador 'para evitar maiores constrangimentos'. Apesar disso, a decisão do ministro relata alguns trechos do relatório feito pela PF.
No relatório, a PF descreveu em detalhes como percebeu o esconderijo escolhido por Rodrigues.
De acordo com o documento, Rodrigues pediu ao delegado Wedson se poderia ir ao banheiro. Ao responder que sim, ele acompanhou o senador. "Nesta hora, o delegado Wedson percebeu que havia um grande volume, em formato retangular, na parte traseira das vestes do senador Chico Rodrigues, que utilizava um short azul (tipo pijama) e uma camisa amarela."
De acordo com o documento, Rodrigues pediu ao delegado Wedson se poderia ir ao banheiro. Ao responder que sim, ele acompanhou o senador. "Nesta hora, o delegado Wedson percebeu que havia um grande volume, em formato retangular, na parte traseira das vestes do senador Chico Rodrigues, que utilizava um short azul (tipo pijama) e uma camisa amarela."
"Considerando o volume e seu formato, o delegado Wedson suspeitou estar o senador escondendo valores ou mesmo algum aparelho celular. Ao ser perguntado sobre o que havia em suas vestes, o senador ficou bastante assustado e disse que não havia nada", continua a PF.
"Ante a fundamentada suspeita, já que o volume destoava completamente do pijama utilizado pelo senador e a informação que não havia nada consigo, o delegado Wedson decidiu fazer uma busca pessoal no senador”, descreve a polícia.
O relatório ainda diz que 'conforme imagens abaixo (vídeo encaminhado para Barroso) ao fazer a busca pessoal no senador, num primeiro momento, foi encontrado no interior de sua cueca, próximo às suas nádegas, maços de dinheiro que totalizaram a quantia de R$ 15 mil, conforme descrito no item 3 do Termo de Apreensão em anexo”.
Ainda segundo a PF, o senador foi 'indagado se havia consigo mais alguma quantia de valores em espécie. Ao ser indagado pela terceira vez, com bastante raiva, enfiou a mão em sua cueca, e sacou outros maços de dinheiro, que totalizaram a quantia de R$ 17 mil e 900."
O documento também informa que a diligência foi acompanhada pelo advogado de Chico Rodrigues.
Família Bolsonaro
Chico Rodrigues mantinha boa relação com a família Bolsonaro. Em um vídeo feito em 2018, o senador justifica o apoio a Bolsonaro em função dos 20 anos de convivência na Câmara.
“Quase uma união estável”, responde o presidente.
Rodrigues também emprega em seu gabinete Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, primo de Flávio, Carlos (com quem morava no Rio de Janeiro) e Eduardo.
Entenda
Na última quarta-feira (14), Rodrigues foi pego com uma grande quantia de dinheiro vivo na cueca em Boa Vista.
A Polícia Federal cumpria um mandado de busca e apreensão por suspeita de desvios de recursos públicos de emendas parlamentares destinadas ao combate à pandemia de COVID-19.
A Polícia Federal cumpria um mandado de busca e apreensão por suspeita de desvios de recursos públicos de emendas parlamentares destinadas ao combate à pandemia de COVID-19.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Daniel Seabra