Segundo o Ministério Público (MP), alguns dos acusados "evidenciam relevante poder político e econômico, com forte atuação na condução de assuntos sindicais e na tentativa de influenciar nas investigações policiais, enquanto outros são, ou já foram, agentes de segurança pública, aparentando terem profundo envolvimento com a criminalidade".
Para o juiz Marcelo Fioravante, se confirmadas as circunstâncias dos crimes revelados pela Polícia Civil e pelo MP, elas até poderiam se confundir com produções cinematográficas de Martin Scorcese ou de Francis F. Coppola.
Na denúncia apresentada pelo MP, é ressaltado que os delitos revelariam uma meticulosa trama envolvendo políticos e sindicalistas, disputas de poder, eliminações de concorrentes, desvios de valores e outros crimes.
Doze tiros
Um dos crimes citados é a “execução sumária” do vereador e sindicalista rival Hamilton Dias, atingido por 12 disparos de arma de fogo na cabeça e na região torácico-cervical. O crime ocorreu em 23 julho deste ano. O corpo do parlamentar, morto dentro do próprio carro, foi encontrado nas redondezas da estação de metrô Vila Oeste.
Ainda segundo a denúncia, Ronado Batista é também presidente da Federação dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Minas Gerais e teria contratado um policial militar e um ex-policial penal para executarem o crime, com a participação e intermediação do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Contagem e Esmeraldas.
O juiz Marcelo Fioravante justificou o deferimento dos pedidos de prisão preventiva para resguardar a ordem pública, a instrução penal que se inicia e a segurança das testemunhas e dos familiares da vítima, bem como para garantir a aplicação da lei penal.
(Com informações de TJMG*)