O horário eleitoral gratuito nas emissoras de rádio e televisão se iniciou há uma semana. Candidatos a prefeito de Belo Horizonte tem utilizado os dois blocos diários de 10 minutos e as inserções ao longo do dia para apresentar propostas e fazer críticas a Alexandre Kalil (PSD), que tenta a reeleição. Uma das pautas presentes nos programas é o Orçamento Participativo — programa que permite, à população, escolher obras a serem feitas pelo poder público. Postulantes ao executivo municipal cobram, também, o fortalecimento das regionais e a descentralização da administração.
Nesta sexta-feira, Kalil reconheceu a importância do Orçamento Participativo, mas disse que, ao assumir a prefeitura, percebeu a utilização do programa como “ferramenta política”. Segundo ele, cerca de 450 obras iniciadas a partir das decisões populares estavam paradas.
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“Era festa, não era obra. Nós já estamos concluindo, das 450, mais de 300. Fazer reuniões demagógicas e prometer obras não faz meu estilo. Se a gente não zerar essa fila, não vamos fazer maldade com o povo. Não vamos prometer e não cumprir, reunir gente que precisa da obra, falar que vai fazer, mas não fazer”, afirmou o líder da corrida eleitoral. Conforme a mais recente pesquisa, publicada pelo Ibope, o pessedista tem 59% das intenções de voto.
Representante do PT, Nilmário Miranda aposta nas administrações petistas em BH (Patrus Ananias, nos anos 1990, e Fernando Pimentel, na década de 2000). A tentativa é vista, justamente, quando menciona a necessidade de dar mais poder às regionais.
“Temos que fazer, em cada regional desta cidade, uma economia popular e solidária. Não é fazer tudo no centro; é fazer em todos os lugares da cidade, ter administrações regionais, verdadeiras subprefeituras. Aproximar o poder de onde o povo vive”, apontou, durante o programa desta sexta, salientando que os moradores têm ideias de como suas localidades podem ser melhoradas.
O tom é similar ao dado por Luisa Barreto (PSDB), cuja campanha tem a ideia de “cidade colaborativa” como um dos eixos. Do último dia 9 para cá, ela falou, por exemplo sobre a utilização de aplicativos de celular para melhorar a comunicação entre população e poder Executivo.
Nesta sexta, a tucana falou sobre a violência contra a mulher e prometeu unir guarda municipal e assistência social para amparar aquelas que estão em situação de risco.
Vice-líder crítica Kalil e lembra atuação legislativa
Quem também cita a violência de gênero como problema a ser atacado é João Vítor Xavier (Cidadania). Nesta semana, um dos pontos mais explorados por ele foi a proposta de criar uma casa para acolher vítimas de agressões.
“Serão espaços seguros e confortáveis para acolher mulheres, mães e filhos que precisam de ajuda”, projetou vislumbrando instalar um empreendimento do tipo em cada regional até o fim de um eventual mandato.
Vice-líder nos levantamentos eleitorais — com 7%, segundo o Ibope —, João Vítor começou a campanha em rádio e TV se dividindo entre críticas a Kalil e lembranças de sua atuação como deputado estadual na Assembleia Legislativa.
As chuvas que assolaram a cidade no início foram citadas pelo candidato, que criticou a demora da prefeitura na conclusão das obras. O mesmo aconteceu com a atuação de João Vítor no Parlamento à época da tragédia de Brumadinho. A propaganda, em tom de apresentação, foi repetida diversas vezes nos primeiros dias. Com 3 minutos e 16 segundos de cada bloco de 10 minutos, o político do Cidadania é dono do maior tempo. Por isso, acumula inserções ao longo dos intervalos comerciais.
Áurea Carolina (Psol), terceira colocada na disputa, possui 16 segundos. Por isso, além de rememorar seus feitos eleitorais, como ter sido a vereadora mais votada em 2016, convida os eleitores a conhecer as propostas compiladas em seu site oficial.
Lafayette tenta colar imagem a pautas morais
O deputado federal Lafayette Andrada (Republicanos) tem poucos segundos nas emissoras, mas tenta mesclar a apresentação de propostas com menções diretas e indiretas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como fotos ao lado dele, e a defesa de pautas morais, como a família tradicional. A candidatura é vendida como uma chapa formada “em defesa da família”.
Nesta sexta, Lafayette falou sobre a ideia de um alistamento facultativo com o objetivo de aumentar o contingente da Guarda Municipal. Ele propõe, também, a convocação dos aprovados no último concurso da corporação, mas ainda não chamados para ocupar os cargos.
Rodrigo Paiva (Novo), por sua vez, busca atrair o empresariado propondo desburocratizar a abertura e a gestão de negócios. “Todo mundo está com medo de perder o emprego. Eu, como empreendedor, sei exatamente que para criar empregos é preciso diminuir impostos e acabar com a burocracia”, falou.
Comunista se apresenta como nome de esquerda
Wadson Ribeiro (PCdoB) aposta em uma campanha diferente da estratégia adotada por grandes nomes de seu partido. Em Porto Alegre, por exemplo, Manuela D'Ávila faz poucas menções ao nome da legenda — utilizando, inclusive, ainda que de forma discreta, o apelido “Movimento 65”, que dirigentes comunistas tentam emplacar.Em Belo Horizonte, por outro lado, o candidato do PCdoB utiliza seu tempo de rádio de TV para se firmar como ‘cabeça’ de uma candidatura de esquerda e criticar Bolsonaro.
Apresentações e programas repetidos
Há, ainda, os concorrentes que têm reprisado constantemente o teor de suas inserções. Marcelo Souza e Silva (Patriota), até agora, só colocou no ar o vídeo de apresentação, citando sua ligação com o setor lojista da cidade. Enquanto isso, o deputado estadual Professor Wendel Mesquita (Solidariedade) se apresenta como “homem de fé inabalável”.Quem também mostrou suas “credenciais” nesta sexta foi Fabiano Cazeca (Pros). Em sua primeira participação no horário eleitoral, adiada por conta de imbróglio com o partido, ele convocou o eleitorado a conhecer o site da campanha.
Zema e Lula são cabos eleitorais
Figuras de relevância nacional têm aparecido pouco nos materiais dos candidatos belo-horizontinos. O governador Romeu Zema (Novo) tem sido utilizado pelo correligionário Rodrigo Paiva, enquanto Nilmário Miranda recorreu a vídeos do ex-presidente Lula em alguns comerciais.
Fora as fotos mostradas por Lafayette Andrada,Bolsonaro só é citado nominalmente, mesmo, em tom crítico. Isso porque Bruno Engler, candidato dele em BH, é filiado ao PRTB, partido sem acesso ao tempo de TV em virtude do desempenho ruim na eleição passada. O mesmo ocorre com Marília Domingues (PCO), Wanderson Rocha (PSTU) e Cabo Washington Xavier (PMN).
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- No dia das eleições: o eleitor que estiver fora de sua cidade pode justificar a ausência em qualquer local de votação, das 7h às 17h. O eleitor deverá ter o número do título, um documento oficial de identificação e o formulário de justificativa preenchido.
- Depois das eleições: preenchendo o formulário de justificativa em qualquer cartório eleitoral ou posto de atendimento ao eleitor em até 60 dias após a votação.
- A justificativa também poderá ser feita no aplicativo e-Título.