A vereadora Bella Gonçalves (PSOL), de Belo Horizonte, foi detida pela Polícia Militar no inicio da noite da noite desta sexta-feira (16) após uma manifestação na Vila Beija Flores, divisa entre Vespasiano e a capital.
Em contato com a reportagem do Estado de Minas, ela criticou a atitude dos policiais. “Absurdo abuso de autoridade da Policia Militar. Nunca vi isso na minha vida. É um estado de exceção muito grotesco que estamos vivendo”, disse Bella Gonçalves.
Segundo a parlamentar, ela compareceu à manifestação contra o despejo dos residentes na Vila, juntamente com a deputada estadual Andreia de Jesus (PSOL). Os moradores do local ocupam há 25 anos uma área que pertence à Cemig e estaria ociosa.
“Fomos lá para estar junto com os moradores, entender quais eram as reivindicações deles e buscar um canal de diálogo com a Cemig”, explicou.
De acordo com o relato da vereadora, uma motorista avançou com o carro sobre os manifestantes, que reagiram.
Ainda segundo a vereadora, na tentativa de dispersar a manifestação, a Polícia Militar usou spray de pimenta e deu voz de prisão para alguns manifestantes.
“Eu não estava envolvida neste momento. Estava conversando com a Polícia, tentando mediar a situação, ao lado”, contou a vereadora.
Uma das manifestantes passou mal durante a confusão e foi detida. Bella Gonçalves se ofereceu para acompanhá-la, e se dirigiu voluntariamente à Central de Flagrantes II, a princípio como testemunha. Chegando lá, recebeu a informação de que estava detida, sob a justificativa de estar supostamente obstruindo o trabalho da polícia.
“Uma senhora idosa estava passando muito mal. Eu estava tentando convencê-la a passar os documentos para a polícia (que iria qualificar os manifestantes que reagiram à tentativa de atropelamento). Foi quando a polícia alegou que ela não queria passar os documentos. Ela estava muito alterada, chorando muito. E quiseram colocá-la no camburão”, relatou Bella Gonçalves.
E completou: “Eu estava no exercício da minha atividade parlamentar. Sou presidenta da comissão de direitos humanos. Estava acompanhando uma situação de violação de direitos humanos e buscando medição e diálogo”.
A vereadora e os manifestantes detidos estão acompanhados por advogados, mas ainda não têm previsão de ser liberados.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar que informou que a ocorrência ainda está em aberto na Central de Flagrantes II e que no momento não seria possível fornecer mais detalhes sobre o caso. A motorista foi liberada.