O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), lamentou o anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (21/10) de que o governo federal deve reverter o protocolo de intenção assinado na terça-feira pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para a aquisição de 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina desenvolvida em parceria do Instituto Butantan com a farmacêutica chinesa Sinovac.
Ministério da Saúde não volte atrás na decisão e cobrou de Bolsonaro uma posição de líder em um momento em que a pandemia da COVID-19 já infectou mais de 5,2 milhões de brasileiros e tirou a vida de quase 155 mil.
Em entrevista coletiva no Congresso Nacional, Doria disse que vai insistir com o Executivo federal para que o O governador ponderou que “não é razoável adotar o negacionismo e afastamento dos princípios da saúde para proteger a população”. Segundo ele, “não é a ideologia, a política ou o processo eleitoral que salvam, é a vacina”.
Doria ainda pediu que Bolsonaro "tenha grandeza e que lidere o Brasil para a vida, a saúde, a existência, a retomada de empregos e da economia e a paz". De acordo com ele, "a nossa guerra é contra o vírus e não na política".
“Eu peço a compreensão do presidente Jair Bolsonaro e o seu sentimento humanitário para compreender que seu ministro da Saúde agiu corretamente, agiu baseado na ciência, na saúde e na medicina, priorizando a vida dos brasileiros. Não há razão para censurar, recriminar um ministro da Saúde por ter agido corretamente em nome da ciência e da vida”, opinou Doria.
Politização
“Nossa posição é de que ela (CoronaVac) é a vacina do Brasil e de todos os brasileiros. Não podemos nos classificar por políticas ideológicas, partidárias ou eleitorais. Vacina significa vida, existência, proteção ao povo brasileiro. Temos que vencer o vírus, e vencer o vírus significa vacinar os brasileiros”, acrescentou o governador, que também comentou que o Brasil precisa estar em uma corrida pela vida, e não pela vacina.
“Cada dia que passa sem imunização da vacina ou das vacinas, cerca de 700 brasileiros perdem suas vidas todos os dias. A economia não deslancha e a volta ao normal não acontece. A volta acontecerá com a vacina e, se possível, com as vacinas”, opinou.
Doria, que tem liderado os testes da CoronaVac no Brasil, afirmou que o governo de São Paulo seguiu rigorosamente todos os protocolos estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para os ensaios clínicos da imunização e que, atualmente, a vacina em desenvolvimento pelo Butantan e a Sinovac é a mais promissora do mundo.
Alertou também que “não devemos avaliar vacinas pela sua origem, e, sim, pela sua eficácia”. “A ciência não olha a origem de vacinas e medicamentos, e, sim, a eficácia. Essa é a postura correta e esse é o posicionamento do estado de São Paulo: apoiar a ciência e seguir a sua orientação”, destacou Doria.