A Comissão de Ética do Novo informou nesta quarta-feira, 21, que decidiu expulsar, por unanimidade, o candidato à Prefeitura de São Paulo Filipe Sabará por "inconsistências em seu currículo". O Diretório Nacional do partido enviou o comunicado aos filiados da capital paulista na tarde desta quarta-feira, 21.
Segundo o texto, o candidato tem 10 dias para apresentar recurso ao Diretório Nacional do Novo. Segundo a sigla, a apreciação do recurso não suspende a decisão da comissão de ética. "Filipe Sabará está oficialmente expulso e não pertence mais ao quadro de filiados do Novo", diz o comunicado.
Em sabatina ao Estadão, também nesta quarta-feira, Sabará fez críticas ao partido, acusou a legenda de não repassar R$ 600 mil em doações à sua campanha e afirmou que o conselho de ética é comandado pelo ex-candidato a presidente João Amoêdo. "Gosto muito do Novo, do seu estatuto. O que não concordo é com caciquismo. Quando você discorda do João Amoêdo, pessoas vêm te perseguir", disse o candidato.
Em respostas às críticas durante a sabatina, Amoêdo disse: "Sabará tem uma postura arrogante, incoerente e vai cair no ostracismo".
No comunicado enviado hoje, o Diretório Nacional diz que o rito seguiu os prazos e procedimentos previstos no estatuto da legenda. "O Diretório Nacional reitera sua confiança nas decisões da CEP, sua transparência com o processo e o respeito à ampla defesa do denunciado", relata o comunicado.
A denúncia à comissão de ética foi protocolada pelo deputado estadual Daniel José, líder da bancada do Novo na Assembleia Legislativa de São Paulo. O primeiro ponto levantado por José é sobre uma graduação em Relações Internacionais na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) que Sabará anunciou que fez. A instituição informou ao Estadão que ele nunca fez o curso.
Sabará também contaria como curso superior um curso de dois anos como tecnólogo em Marketing, o que, segundo o parlamentar que fez a denúncia, não foi confirmado. Ao ser questionado sobre isso na sabatina do Estadão, Sabará disse que José é "um deputado fraco".
Além dos problemas no currículo, Sabará foi alvo de uma representação interna por ter dito, em um programa de rádio, que Paulo Maluf foi o melhor prefeito de São Paulo. Um dia depois, pediu desculpas. A candidatura de Sabará também foi contestada por parte dos candidatos a vereador pelo Novo.
Um grupo de WhatsApp intitulado "Tentando Salvar o Novo" e criado ainda na fase de pré-campanha fez críticas a declarações de Sabará em defesa do presidente Jair Bolsonaro.