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Estado de Minas LEGISLATIVO MUNICIPAL

BH: suplente de vereador preso por suspeita de homicídio toma posse nesta sexta

Vaga de Ronaldo Batista, do PSC, será preenchida por Reinaldinho, que está no Pros


22/10/2020 16:33 - atualizado 22/10/2020 16:49

Ronaldo Batista está preso desde a semana passada; ele teve o mandato parlamentar suspenso.(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Ronaldo Batista está preso desde a semana passada; ele teve o mandato parlamentar suspenso. (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
O suplente do vereador belo-horizontino Ronaldo Batista (PSC), preso preventivamente por ser suspeito de mandar matar um líder sindical de Funilândia, na Região Central do estado, vai tomar posse nesta sexta-feira (23). A oficialização de Reinaldo Oliveira Batista, o Reinaldinho, vai ocorrer às 11h30, no Salão Nobre da Câmara Municipal.

Nesta quinta, a presidente do Legislativo de Belo Horizonte, Nely Aquino (Podemos), expediu comunicado informando a convocação de Reinaldinho. Ele vai assumir uma das 41 cadeiras do Parlamento pois o mandato de Batista foi suspenso assim que a Câmara foi notificada de sua detenção, o que ocorreu na terça-feira (20).

Como manda o Regimento Interno, o suplente foi convocado dentro das 48 horas obrigatórias para casos do tipo.

Em 2016, Reinaldinho concorreu pelo PMN, mesmo partido que abrigou Batista. Na eleição deste ano, ele tenta chegar à Câmara Municipal pelo Pros.

Ronaldo Batista chegou à vereança no ano passado, também como suplente, após Cláudio Duarte (PSL) ter o mandato cassado, acusado de “rachadinhas” salariais. Ele obteve 4.240 votos. Reinaldinho, por sua vez, recebeu a confiança de 4.068 eleitores.

O suspeito está no Ceresp da Gameleira desde a última quinta-feira (15), quando foi detido pela Polícia Civil. Antes de seguir para a prisão, ele prestou depoimento. Ele nega ter participado da morte de Hamilton Dias de Moura, vereador em Funilândia pelo MDB.

Moura foi morto dentro do próprio carro com 12 tiros na cabeça e no pescoço em 23 de julho deste ano, no bairro Jardinópolis, próximo à estação de metrô Vila Oeste, na capital.

Segundo o delegado Domênico Rocha, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), o assassinato foi motivado por vingança e disputas sindicais.

Personalidade respeitada entre sindicalistas do setor de transportes, Hamilton era presidente do Sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Logística em Transporte e Diferenciados de Belo Horizonte e Região (SIMECLODIF).

Batista é presidente da Federação dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Minas Gerais (Fettrominas) e, até 2018, esteve à frente do Sindicato dos Trabalhadores em Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH). Moura e Batista chegaram a ser aliados, mas romperam relações em 2010.

De acordo com as investigações, os processos eram movidos por sindicalistas cujos advogados eram pagos por Hamilton. As ações reivindicavam ressarcimentos e indenizações por supostos desvios de verba e má gestão de recursos do STTRBH. A última condenação judicial de Batista, que determinou o bloqueio R$ 500 mil em bens do vereador, data de 9 de julho. O assassinato do parlamentar de Funilândia ocorreu 14 dias depois.

Segundo a polícia, o parlamentar de BH foi apontado como mandante do homicídio por um de seus comparsas. "O advogado dele nos procurou para fechar um acordo de colaboração premiada", afirmou Domênico, na última sexta-feira, em entrevista coletiva convocada para tratar do caso.

Batista nega acusações


Na quinta, antes de ser encaminhado ao Ceresp, Ronaldo Batista negou participação no assassinato. "Ele (Hamilton) ficou bravo porque assumi o sindicato no lugar dele", se limitou a dizer.

Em agosto, seu gabinete na Câmara foi alvo de mandado de busca e apreensão por causa do caso envolvendo a morte de Hamilton. O parlamentar teve o nome aprovado por seu partido na convenção interna da legenda para tentar a reeleição. Ele, no entanto, acabou desistindo da candidatura – tanto que nem consta na base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Questionado sobre o tema ao deixar a delegacia da Polícia Civil, Batista confirmou ter abandonado a ideia de reeleição por conta da repercussão do caso.

Colegas cogitam abrir processo de cassação


Na semana passada, o Estado de Minas mostrou que vereadores da capital defendem a abertura do processo de cassação do mandato de Batista para que, inclusive, ele possa se defender das acusações.
 
O corregedor da Câmara, Bim da Ambulância (PSD), afirmou que vai conversar com a presidente do Legislativo, Nely Aquino (Podemos), sobre a possibilidade de abertura de um processo de cassação.


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