O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atacou a imprensa nesta quinta (22) pela repercussão sobre a desistência da compra da Coronavac, a vacina desenvolvida na China contra a COVID-19. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais na noite desta quinta, o chefe de Estado disse que não há comprovação da eficácia do imunizante.
“Queriam que eu comprasse US$ 100 milhões da vacina da China, mas a vacina não está pronta ainda. Não foi certificada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). E estou vendo órgão de imprensa batendo em mim”, afirmou Bolsonaro.
Vale lembrar, porém, que o governo tem recomendado o uso da hidroxicloroquina para tratamento da COVID-19, fármaco que também não tem comprovação científica contra a doença.
Bolsonaro também usou declarações da vice-diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Simão, para reafirmar que uma eventual vacina contra a virose não será obrigatória no Brasil.
"Dá para imaginar que vamos obrigar alguém a tomar uma vacina? A diretora da OMS acabou de dizer que não será obrigatória. Alguém já viu algum chefe de Estado no mundo falando que a vacina em seu país será obrigatória?”, disse Jair Bolsonaro.
Em entrevista ao canal de TV fechada CNN Brasil, Mariângela disse que a obrigatoriedade “é de difícil implementação”.
"A OMS defende que isso é para cada país decidir. Mas em uma situação que você está falando com adultos, que têm capacidade de discernimento para fazer escolhas informadas, não se recomenda medidas autoritárias”, afirmou.
A transmissão ao vivo teve duração de aproximadamente 50 minutos. Os ministros Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) participaram da programação, além de Bolsonaro.