O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles recuou da estratégia de bombardear a ala militar do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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Salles está esticando a corda com a ala militar – conforme observou a jornalista e colunista do Globo Bela Megale nesse episódio -, não é de hoje. Desde que começaram os incêndios na floresta amazônica e no Pantanal, Salles está na linha de tiro da ala militar, que quer a substituição do ministro.
Esse desejo tem se intensificado nos últimos dias diante da conduta do ministro.
A mais recente envolve brigadistas do Ibama, que o ministério que Salles comanda mandou retornar às suas bases de origem, deixando o fogo arder na Amazônia e no Pantanal.
O motivo alegado pelo ministério para o recuo dos brigadistas: falta de verba. O que é contestado dentro e fora do governo.
Tropa bolsonarista
Ricardo Salles tem o apoio do presidente desde as primeiras polêmicas no governo, com desdobramento em críticas dentro e fora do governo, em especial entre especialistas em meio ambiente no Brasil e no mundo.
O ministro continuou sendo prestigiado por Bolsonaro até mesmo quando declarou em reunião ministerial – a mesma que embasou ação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suposta interferência do presidente na independência da Polícia Federal-, que o governo deveria aproveitar a pandemia para “passar a boiada” da desregulamentação para exploração do meio ambiente, prevalecendo interesses corporativos e privados.
Agora, diante do ataque direto ao general Luiz Ramos, braço direito de Bolsonaro no Palácio do Planalto, Salles parece estar testando, como disse a colunista de o Globo, a blindagem que Bolsonaro o premiou até aqui.
Apoiadores do presidente, com ou sem mandato eletivo, foram às redes sociais se solidarizar com o ministro e tentar dar a ele um salvo conduto diante do presidente. Até mesmo um dos filhos do persidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), saiu em defesa do ministro, pedindo a ele que tivesse 'força'.