O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou na noite desta quarta-feira, 28, a prisão preventiva de Sérgio Ricardo Ribeiro Gama Filho, investigado na Operação Calvário por suposto esquema de desvio de recursos da Educação e da Saúde na Paraíba. Gama Filho foi alvo de uma nova fase da operação na terça-feira, 27, e, ao saber da diligência em sua residência, tentou enterrar o próprio celular em uma jardineira de janela.
A tentativa de ocultação do aparelho foi flagrada por um agente da Polícia Federal que gravava a diligência. A "ousadia" de Gama Filho foi o que baseou pedido apresentado pela subprocuradora-geral Lindôra Araújo para justificar a prisão. Segundo ela, o investigado soube da operação pelo pai, Sérgio Ricardo Ribeiro Gama, que também é alvo da Calvário, e teria tentado obstruir a operação mesmo na presença dos agentes da Polícia Federal.
"Se nem mesmo a presença do Estado - na pessoa da autoridade policial em cumprimento de ordem do Superior Tribunal de Justiça - foi capaz de impedir a ocultação de elementos essenciais à investigação, é difícil de imaginar o que será capaz de fazer o investigado longe 'dos olhos do Estado', a fim de impedir a apuração dos fatos, donde exsurge a necessidade de sua segregação cautelar", afirmou Lindôra.
A Procuradoria destaca que as investigações da Calvário apontam para um embaraçoso contexto de corrupção, exploração de prestígio, lavagem de dinheiro e organização criminosa envolvendo o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Arthur Cunha Lima, e seus intermediários, Sérgio Gama e Sérgio Gama Filho.
Gama Filho é acusado por Lindôra de ser um dos protagonistas e elo entre agentes da organização criminosa e que, em liberdade, poderia dificultar o andamento da Calvário ao "orientar e aconselhar" os demais investigados, além de ocultar e destruir provas.
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