O ministro da Economia, Paulo Guedes, devolveu as críticas do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, de que a equipe econômica não havia dado importância ao novo coronavírus no início da pandemia. Ele disse, nesta quinta-feira (29/10), que Mandetta era só "animador de televisão, um inconsequente".
"O ex-ministro da Saúde vem dizer que não demos muita atenção à crise. É um animador de televisão, um inconsequente de falar algo como isso", queixou-se Guedes, em audiência pública na comissão mista que acompanha o enfrentamento à covid-19 no Congresso Nacional.
O chefe da equipe econômica disse que, desde o início da pandemia, trabalha "de manhã, de tarde e de noite para aliviar a crise". E lembrou que, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia, estava no Congresso ao lado de Mandetta. Na ocasião, ficou acordada com parlamentares de esquerda a liberação de R$ 5 bilhões para a saúde.
Guedes lembrou que, depois desse aporte inicial, outros recursos foram liberados para o enfrentamento da pandemia, antes mesmo de o Congresso aprovar o Orçamento de Guerra. Mas disse que, mesmo assim, houve atraso na entrega de equipamentos como os respiradores mecânicos país afora, inclusive na gestão de Nelson Teich.
Para o ministro da Economia, quando o general Pazuello assumiu o Ministério da Saúde, ficou clara "a diferença da capacidade de logística" no enfrentamento à pandemia. "A logística começou a funcionar. em vez de animação de auditório, teve entrega", afirmou Guedes.
Guedes ainda indicou que, no início da pandemia, Mandetta sugeriu o tabelamento de preços dos remédios - algo que vai contra a política liberal da equipe econômica e que também já foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro, já que, segundo analistas, pode levar à falta e ao encarecimento dos produtos no mercado. Por conta desse entendimento liberal, por sinal, Guedes disse que não apoia a obrigatoriedade da vacina de covid-19.
As críticas foram uma resposta a críticas recentes de Mandetta, que acusou o ministro da Economia de minimizar a pandemia de covid-19 no início do ano. Guedes, por sua vez, lembrou que o programa de enfrentamento do novo coronavírus já teve um impacto fiscal superior a R$ 600 bilhões. Por isso, classificou como positiva a ação do governo federal diante da covid-19. O ministro da Economia, por sinal, vê a pandemia diminuindo e não acredita em uma segunda onda no Brasil. O ministro aposta que o país vai se recuperar no próximo ano.