O jornalista norte-americano Glenn Greenwald pediu demissão do site The Intercept, veículo internacional que atua em solo brasileiro. No país, o portal ganhou notoriedade pela série "Vaza Jato", que expôs diálogos entre procuradores da operação Lava-Jato. Foram reveladas, também, falas do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
Glenn deixou o veículo alegando ter sido censurado após um artigo com críticas a Joe Biden, candidato à presidência dos Estados Unidos, não ter sido publicado.
Segundo Glenn, o texto foi vetado em virtude de alinhamento dos editores do The Intercpet em Nova York com os ideais do Partido Democrata dos EUA. A carta de demissão foi entregue nesta quinta-feira (29).
“Em uma última tentativa de evitar a censura, os encorajei a expor suas discordâncias comigo escrevendo seus próprios artigos, criticando meus pensamentos e deixando os leitores decidirem quem está certo, como qualquer meio de comunicação confiante e saudável faria. Mas os meios de comunicação modernos não expressam discordância; eles o anulam. Portanto, a censura a meu artigo, em vez de envolvimento com ele, foi o caminho que esses editores apoiadores de Biden escolheram”, disparou.
Radicado no Brasil, Glenn era o “cabeça” da sucursal brasileira do portal. Ele é um dos fundadores da versão original do The Intercept, em 2013. O jornalista argumentou que o site se tornou “irreconhecível”, abandonando os princípios que sustentaram sua fundação.
“Em vez de oferecer um local para a dissensão, vozes marginalizadas e perspectivas desconhecidas, está rapidamente se tornando apenas mais um meio de comunicação com lealdades ideológicas e partidárias obrigatórias”, disse, citando o Partido Democrata dos EUA.
A ideia de Glenn é fazer jornalismo de modo independente. Ele é casado com David Miranda, deputado federal pelo Psol do Rio de Janeiro.
Parte do conteúdo das matérias da série Vaza Jato trata de mensagens trocadas entre Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol. O ex-juiz dava orientações sobre procedimentos da Operação Lava-Jato.
Em 2013, quando trabalhava para o jornal inglês The Guardian, Glenn atuou em parceria com o analista de sistemas e ex-administrador da CIA Edward Snowden para tornar públicos vários programas secretos de vigilância global dos EUA.
“Glenn exige o direito absoluto de determinar o que publicará. Ele acredita que qualquer pessoa que discorde dele é corrupta e que qualquer um que pretenda editar suas palavras é um censor. Assim, é absurda a acusação de que os editores e repórteres do Intercept, com a única e nobre exceção de Glenn Greenwald, traíram a missão de engajar-se no destemido jornalismo investigativo porque fomos seduzidos pela atração de uma presidência de Joe Biden”, diz trecho da nota.
“A narrativa que Glenn apresenta sobre sua saída é cheia de distorções e imprecisões — todas destinadas a fazê-lo parecer uma vítima, em vez de uma pessoa adulta fazendo birra”, afirmam
Glenn deixou o veículo alegando ter sido censurado após um artigo com críticas a Joe Biden, candidato à presidência dos Estados Unidos, não ter sido publicado.
Segundo Glenn, o texto foi vetado em virtude de alinhamento dos editores do The Intercpet em Nova York com os ideais do Partido Democrata dos EUA. A carta de demissão foi entregue nesta quinta-feira (29).
“Em uma última tentativa de evitar a censura, os encorajei a expor suas discordâncias comigo escrevendo seus próprios artigos, criticando meus pensamentos e deixando os leitores decidirem quem está certo, como qualquer meio de comunicação confiante e saudável faria. Mas os meios de comunicação modernos não expressam discordância; eles o anulam. Portanto, a censura a meu artigo, em vez de envolvimento com ele, foi o caminho que esses editores apoiadores de Biden escolheram”, disparou.
Radicado no Brasil, Glenn era o “cabeça” da sucursal brasileira do portal. Ele é um dos fundadores da versão original do The Intercept, em 2013. O jornalista argumentou que o site se tornou “irreconhecível”, abandonando os princípios que sustentaram sua fundação.
“Em vez de oferecer um local para a dissensão, vozes marginalizadas e perspectivas desconhecidas, está rapidamente se tornando apenas mais um meio de comunicação com lealdades ideológicas e partidárias obrigatórias”, disse, citando o Partido Democrata dos EUA.
A ideia de Glenn é fazer jornalismo de modo independente. Ele é casado com David Miranda, deputado federal pelo Psol do Rio de Janeiro.
Relembre
Parte do conteúdo das matérias da série Vaza Jato trata de mensagens trocadas entre Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol. O ex-juiz dava orientações sobre procedimentos da Operação Lava-Jato.
Em 2013, quando trabalhava para o jornal inglês The Guardian, Glenn atuou em parceria com o analista de sistemas e ex-administrador da CIA Edward Snowden para tornar públicos vários programas secretos de vigilância global dos EUA.
Outro lado
Em nota oficial, o The Intercept refutou as acusações de censura feitas por Glenn. Os executivos do grupo responsável pelo veículo também negaram alinhamento total aos ideais de Joe Biden.“Glenn exige o direito absoluto de determinar o que publicará. Ele acredita que qualquer pessoa que discorde dele é corrupta e que qualquer um que pretenda editar suas palavras é um censor. Assim, é absurda a acusação de que os editores e repórteres do Intercept, com a única e nobre exceção de Glenn Greenwald, traíram a missão de engajar-se no destemido jornalismo investigativo porque fomos seduzidos pela atração de uma presidência de Joe Biden”, diz trecho da nota.
“A narrativa que Glenn apresenta sobre sua saída é cheia de distorções e imprecisões — todas destinadas a fazê-lo parecer uma vítima, em vez de uma pessoa adulta fazendo birra”, afirmam