Nas eleições municipais deste ano, a internet vem se mostrando ferramenta indispensável para as campanhas, que tiveram que se adaptar às recomendações de isolamento social em decorrência da pandemia de COVID-19. No ambiente on-line, a publicidade eleitoral pode ser feita nos sites dos partidos e dos candidatos, em blogs, aplicativos de mensagens e redes sociais. Entre as estratégias de campanha, está o impulsionamento de propaganda no Facebook e no Instagram, as mais populares plataformas de relacionamento em uso no país.
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Eleições 2020: gasto com redes sociais é estratégia em BHMontagem com Bolsonaro em comemoração ao Dia do Aviador vira piada nas redes sociaisGráfico 'fake' usado pelo governo para apresentar eficácia de vermífugo contra COVID-19 viraliza nas redesNa arrancada final da campanha a prefeito de BH, candidatos contam voto a votoFabiano Cazeca, do Pros, é o concorrente que nos últimos 30 dias mais gastou com impulsionamentos no Facebook e no Instagram, consumindo quase R$ 60 mil dos recursos de campanha. O candidato a prefeito, entretanto, tem pouco mais de 10 mil seguidores no conjunto das duas redes sociais. Entre os candidatos que aplicaram recursos para ampliar as impressões nas redes, Áurea Carolina (Psol) é a que mais tem adesistas em suas contas. Ela possui quase 154 mil seguidores (também somando Facebook e Instagram). Nas eleições municipais, os gastos da deputada federal nas duas redes somam, até o momento, R$ 14 mil.
As redes sociais não são totalmente claras sobre como são feitas as distribuições dos anúncios, mas o número de seguidores e/ou curtidas de uma conta eleva o alcance potencial de engajamento de publicações. Para efeito de comparação, Fabiano Cazeca pagou cerca de R$ 2,5 mil para que uma postagem atingisse 100 mil pessoas, o mesmo número de visualizações que Áurea Carolina gastou R$ 500 para conseguir alcançar.
A Justiça Eleitoral formulou regras para a campanha virtual, que devem ser observadas rigorosamente pelos partidos, candidatos e suas equipes. As propagandas impulsionadas nas redes sociais só são permitidas quando realizadas pelos candidatos ou partidos e devem ser sinalizadas claramente como conteúdo de divulgação.
Quando anúncios sobre eleições ou política aparecem nas redes sociais, eles devem incluir informações sobre quem pagou por eles. Uma postagem de campanha pode ser identificada na rede pelo rótulo “pago por”. A informação é seguida por dados de quem pagou pelo anúncio. Estão vedadas as publicações pagas por terceiros, o disparo em massa de mensagens e a propaganda em sites de quaisquer empresas, organizações sociais e órgãos públicos. Os candidatos também são responsáveis por conteúdo enganoso ou descaracterizado que forem utilizados em suas ações de campanha.
As campanhas eleitorais virtuais dos candidatos às eleições municipais vão até a véspera do pleito, que acontecerá, em primeiro turno, em 15 de novembro.
* Estagiário sob supervisão do subeditor Paulo Nogueira