O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, se posicionou nesta terça-feira (3) em relação às eleições americanas. Mourão foi na contramão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que apoia a recondução de Donald Trump à Casa Branca, e defendeu neutralidade do Brasil em caso de judicialização do pleito americano.
O general justificou sua opinião por “princípio constitucional” e disse que o Brasil não deve entrar em assuntos internos de outros países. "Não temos nada a ver com as questões internas americanas. Isso é princípio constitucional nosso. A gente não admite ingerência nos nossos assuntos internos e também não fazemos nos assuntos internos dos outros", afirmou o vice-presidente.
Mourão garantiu que o Brasil vai manter bom relacionamento com os Estados Unidos independentemente do resultado das urnas. Joe Biden, candidato do Partido Democrata, é o adversário de Donald Trump, este último que é apoiado abertamente por Bolsonaro.
"O relacionamento do Brasil com os Estados Unidos é um relacionamento de Estado para Estado, independentemente do governo que estiver lá. Claro que cada governo tem suas prioridades, tem suas características pontuais, mas, no conjunto da obra, nós vamos continuar com as mesmas ligações", disse.
Nesta manhã, Bolsonaro utilizou as redes sociais para dizer que o pleito americano chama a atenção de todo o globo e que, por isso, suspeitas de interferência internacional podem recair sobre o resultado da votação. Questionado sobre a fala do presidente, Mourão minimizou, classificando o fato como “bobagem”.
"Isso é bobagem. Opinião pessoal dele. Se bem que quando o presidente fala, ele fala por todos do governo.”
Amazônia
Apesar de falar que o Brasil vai manter o bom relacionamento com os Estados Unidos independente do resultado, Mourão criticou a fala de Biden de que “vai reunir o mundo inteiro” para tratar da proteção da Amazônia. O vice-presidente disse que o candidato precisa se preocupar com políticas internas ambientais.
"Pode ser que a equipe do Biden tenha uma ação mais incisiva. Mas vamos lembrar que os Estados Unidos estão entre os países que mais emitem gás carbônico no mundo. Então, primeiro eles têm que resolver os problemas deles, para depois virem para o nosso", concluiu.
Acompanhe a apuração nos EUA
Acompanhe a apuração nos EUA
Como funciona o Colégio Eleitoral?
Os 538 integrantes do chamado Colégio Eleitoral se reúnem nas respectivas capitais de seus estados a cada quatro anos após a eleição para designar o vencedor. Para vencer, um candidato à presidência deve obter a maioria absoluta dos votos do Colégio: 270. Saiba como funcionam os colégios eleitorais.Sistema eleitoral complexo é desafio
Pandemia de COVID-19 aumentou votação pelo correio ou antecipado, o que representa um desafio técnico, humano e também legal em milhares de jurisdições. Saiba o que pode dar errado na apuração dos votos nos EUA.
Planos de governo de Trump e Biden
Confira as principais propostas de governo de Trump e Biden para os Estados Unidos e o mundo neste infográfico interativo. Separamos oito assuntos-chave para mostrar quais são os projetos dos republicanos e dos democratas.
O que muda para o Brasil?
Vitória do democrata ou do republicano terá implicações sobre o aprofundamento das relações comerciais bilaterais entre os países, sobre a política externa brasileira e o posicionamento político ideológico de Jair Bolsonaro no âmbito internacional, avaliam especialistas em política externa. Entenda o que muda para o Brasil.