Para impulsionar a economia de Belo Horizonte, candidatos a prefeito da capital mineira acreditam que, primeiro, é preciso driblar os efeitos financeiros impostos pela pandemia do novo coronavírus. Grande parte deles aponta o apoio a comerciantes e pequenos empreendedores como passo essencial. Nesta quinta-feira, dez postulantes ao Executivo municipal participaram de debate promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O encontro tratou de formas para desenvolver a cidade em termos econômicos.
Segundo Áurea Carolina (Psol), 95% dos postos de trabalho da cidade são gerados por pequenos comerciantes. Ela propõe a integração do setor às ferramentas tecnológicas para dar fôlego à área. A deputada federal projetou, ainda, a criação de renda básica para otimizar a geração de renda e a desburocratização dos processos para a abertura de negócios.
"Além de desburocratização, propomos uma renda solidária, para que haja dinamização econômica, garantindo que nenhuma família de Belo Horizonte receba menos de R$ 600 por mês", afirmou.
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Eleições 2020: Confira a agenda dos candidatos à PBH nesta sexta (6)Defensor da iniciativa privada, Partido Novo vota em peso contra prorrogação da desoneração da folhaCom campanha voltada para legalização da maconha, candidato a vereador de BH tem vídeos censurados nas redesCOVID-19: após assessor testar positivo, Áurea suspende atos presenciaisCandidatos intensificam compromissos na reta final da campanha em BH"É importante para as pessoas que perderam seus empregos, mas não sabem fazer outra coisa", explicou.
Wadson quer garantir empréstimos sem juros, de até R$ 3 mil, a trabalhadores informais. "Isso é importante pois os trabalhadores informais, muitas vezes, precisam de uma quantia para virar o mês ou a semana", sustentou.
A atração de indústrias está na mira de Luísa Barreto (PSDB), embora ela reconheça as limitações territoriais. A tucana pensa em articular, junto aos municípios da Região Metropolitana, formas de alocar fábricas em cidades vizinhas.
"O emprego criado em um município vizinho gera outros empregos e renda em Belo Horizonte e Contagem", argumentou, dizendo que BH deve "liderar" a busca pela instalação de indústrias em seu entorno.
Bruno Engler (PRTB) voltou a clamar pelo fim das medidas restritivas tomadas ante a pandemia. "Queremos, em Belo Horizonte, o comércio aberto, para que ele possa se reestruturar e gerar emprego".
Candidatos querem diálogo
Parte dos presentes ao debate teceu críticas ao prefeito Alexandre Kalil (PSD). O combate à pandemia foi citado, mas o Plano Diretor sancionado no ano passado também esteve em pauta.
"A construção civil estagnou. A aprovação do Plano Diretor foi de cima para baixo", falou Professor Wendel Mesquita (Solidariedade), sugerindo pouca participação popular no processo.
Marcelo Souza e Silva, do Patriota, por seu turno, defendeu conversas com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador Romeu Zema (Novo) para, por exemplo, dar forma a obras de infraestrutura.
"Precisamos fazer, em Belo Horizonte, uma articulação para atrair recursos para áreas básicas, como saúde, educação e segurança".
Rodrigo Paiva (Novo) mencionou a necessidade de apoiar a indústria criativa, representada por setores como a cultura.
"Vou trazer a renda e unir a iniciativa privada, para que projetos culturais sejam autosustentaveis", vislumbrou.
Divergências sobre educação
Houve tempo, também, para discordâncias entre Lafayette Andrada (Republicanos) e Wanderson Rocha (PSTU). Bolsonarista, o deputado federal defendeu a implantação de escolas cívico-militares.
"As escolas militares, no Brasil todo, são sempre muito bem avaliadas. Atribuo isso, em certo aspecto, à questão da disciplina. Sem disciplina, não é possível passar o conteúdo. Precisamos, também, tornar o ensino algo prazeroso para alunos e professores", opinou.
Descontente com a fala do rival, Wanderson rebateu: "Escola não é quartel. Professor não é soldado. Cada um em sua competência", disse, cobrando investimento de verbas públicas no setor.
Ausente, João Vítor Xavier (Cidadania) alegou ter compromisso agendado anteriormente. Infectado pela COVID-19, Fabiano Cazeca (Pros) segue em tratamento medico. Além de Kalil, Nilmário Miranda (PT) e Marília Domingues (PCO) não justificaram as faltas.
Eleições 2020: como votar, datas e horários
O primeiro turno das eleições 2020 será em 15 de novembro e, caso seja necessário no seu município, o segundo turno será realizado em 29 de novembro de 2020. Nestas eleições, o horário de votação é das 7h às 17h. O horário entre 7h e 10h é preferencial para maiores de 60 anos.
Com as novas medidas diante da pandemia do coronavírus, preparamos um guia com tudo que você precisa saber para votar nas eleições 2020.
O que muda nas eleições 2020?
Muitas mudanças foram feitas pela Justiça Eleitoral para os candidatos a prefeito e vereador durante o período eleitoral de 2020. Além disso, os eleitores também terão de se adaptar às novas normas para os dias de votação, como a abertura antecipada das seções eleitorais e as regras de higiene que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Como justificar o voto nas eleições 2020?
Os eleitores poderão optar por justificar o voto de três formas:
- No dia das eleições: o eleitor que estiver fora de sua cidade pode justificar a ausência em qualquer local de votação, das 7h às 17h. O eleitor deverá ter o número do título, um documento oficial de identificação e o formulário de justificativa preenchido.
- Depois das eleições: preenchendo o formulário de justificativa em qualquer cartório eleitoral ou posto de atendimento ao eleitor em até 60 dias após a votação.
- A justificativa também poderá ser feita pelo celular no aplicativo e-Título.
Eleições 2020 em Belo Horizonte
Na capital mineira, 15 candidatos disputam as eleições para prefeito. Conheça quem são os candidatos e o perfil de cada na corrida rumo à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Já para vereador, Belo Horizonte conta com mais de 1,5 mil candidatos. Alguns apostaram em apelidos e codinomes bem inusitados para conseguir votos.
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