O estado, ao lado do Ministério Público e da Defensoria Pública, pede indenização de R$ 54 bilhões por conta do rompimento da Barragem do Córrego do Feijão. A ideia é utilizar parte do montante para bancar empreendimentos como o Rodoanel de Belo Horizonte, como citou, em setembro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
O encontro, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) teve desenvolvimento econômico como tema. Em determinado momento, Luisa pediu a Paiva que falasse sobre o possível acordo com a Vale. Ele discorreu sobre a necessidade de obras de infraestrutura em BH e citou os recursos que podem chegar aos cofres públicos como compensação pelo desastre de Brumadinho.
“O Rodoanel é um projeto antigo, que vai ser idealizado, sim, com a indenização da Vale, um trabalho do secretário Otto (Levy, de Planejamento e Gestão) e do governador Romeu Zema”, garantiu o ex-diretor-presidente da Companhia de Tecnologia do Estado de Minas Gerais (Prodemge).
Luisa, no entanto, não gostou da resposta do concorrente. Ex-secretária-adjunta de Planejamento e Gestão, ela se irritou com o fato de não ter sido citada, visto que era coordenadora-geral do comitê criado pelo governo estadual para negociar ações de mitigação e reparação aos atingidos pelo rompimento.
“A característica de grandes homens é saber reconhecer o trabalho do outro. Você tentar diminuir o meu trabalho e não reconhecê-lo, me desculpe, é muito feio”, rebateu.
No próximo dia 17, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) sedia nova reunião entre mineradora e governo para a discussão das bases do acordo. Após o debate, o Estado de Minas procurou os candidatos para entender as motivações do imbróglio.
Segundo Luisa, Paiva a enxerga como uma “ameaça”. “Fui secretária-adjunta, e é natural que eu fale do que fiz. E, felizmente, são muitas as realizações. Trabalhei muito e consegui muita coisa para o bem dos mineiros. Infelizmente, o candidato vê isso como uma ameaça a ele. Talvez por não ter tantas realizações a mostrar nesse tempo”, disparou.
O filiado ao Novo, por sua vez, acusou a tucana de tentar “embarcar” em feitos da administração estadual. “Ela quer dizer que é do governo Zema. O candidato do governador se chama Rodrigo Paiva. Ela está querendo tirar ‘casquinha’”, sustentou, criticando o recente histórico de integrantes do PSDB investigados por ilicitudes.
Bate-rebate
A postura do engenheiro foi muito criticada por Luisa, que não poupou palavras. “De certa forma, ele tenta se fortalecer tentando desmerecer outros candidatos, o que é uma pena. As candidaturas têm que apresentar suas forças. O trabalho que fiz é reconhecido por todos: quem esteve — e está — no governo, membros do Ministério Público e da Justiça”, afirmou.
À reportagem, Rodrigo Paiva reiterou o “protagonismo” de Zema e Otto Levy nas negociações com a Vale. “O acordo não foi nem assinado. Ela trabalhava como coordenadora da equipe, mas não fez nada sozinha. Conversei com o secretário Otto, pois não estou na secretaria de Planejamento para ver o que ela fez lá”.
A mais recente pesquisa sobre a corrida eleitoral em BH, feita pelo Datafolha, apontou ampla vantagem para Alexandre Kalil (PSD), com 65%. Luisa Barreto e Rodrigo Paiva compõem o pelotão dos postulantes com 1%.
Tratativas entre Vale e governo avançaram
O estado apresentou o pedido de indenização no último dia 22. A Vale, por outro lado, entregou documento em que oficializa o pedido pelo aprimoramento de nove premissas do acordo. A mineradora prometeu rever alguns pontos do documento. Outros foram aceitos por ambos os lados. Há, ainda, questões que serão reescritas para evitar impasses,
Entre as premissas colocadas pela companhia, está um pedido pela centralização das ações socioeconômica e socioambiental, além do processo movido pelo estado em virtude dos danos que Minas Gerais herdou do desastre.
A Advocacia-Geral do Estado crê que, se firmado nas bases desejadas pelo poder público, as tratativas podem dar forma ao maior acordo do tipo em toda a história da América Latina.
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- Depois das eleições: preenchendo o formulário de justificativa em qualquer cartório eleitoral ou posto de atendimento ao eleitor em até 60 dias após a votação.
- A justificativa também poderá ser feita no aplicativo e-Título.