O ex-governador Márcio França (PSB) preferiu dirigir perguntas e críticas, nesta terça-feira, dia 10, ao líder isolado das pesquisas, o atual prefeito Bruno Covas (PSDB), no lugar dos oponentes com quem disputa uma vaga no segundo turno, Guilherme Boulos (PSOL) e Celso Russomanno (Republicanos). De acordo com o levantamento Ibope/TV Globo/Estadão divulgada nesta segunda-feira, dia 9, o atual mandatário está com 32% das intenções de voto, ante 13% de Boulos, 12% de Russomanno e 10% de França - todos em situação de empate técnico.
Ao longo do debate realizado pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) e com o apoio do Twitter, França chegou a fazer uma dobradinha com Russomanno, quando ambos comentaram o tema da violência praticada contra mulheres. "O acolhimento dessas pessoas deve ser uma prioridade, recuperando centros de acolhimento, e ajudando essas pessoas com uma ajuda financeira, para que possam achar um lugar", afirmou o candidato do PSB, após fala de Russomanno. Ouviu, em resposta, que estava correto. "Márcio, tem razão, por isso a gente precisa expandir a Ronda Maria da Penha, vamos fazer concurso e aumentar efetivo, fazendo com que também atenda idosos", disse o oponente.
Em outra ocasião, França deixou de fazer questionamentos a Russomanno e Boulos e escolheu formular uma pergunta a Arthur do Val (Patriota), ocasião em que ambos falaram mal da gestão Covas e citaram suas propostas para a cidade. As maiores críticas do socialista foram dirigidas ao atual prefeito, em um momento em que acusou a gestão da cidade de "condescendência" diante do alto número de moradores de rua. "Constrange a todos nós andar pelas ruas e ver essa quantidade de pessoas, crianças, enfim, nessa situação de moradores de rua e parece que há uma certa condescendência do poder público", disse França.
Quando o pessebista reiterou a sua promessa segundo a qual vai nomear apenas 1% dos cargos de confiança da Prefeitura para poupar dinheiro em razão da pandemia do novo coronavírus, ouviu de Covas que ele não cortou cargos quando foi governador do Estado de São Paulo.
A campanha de França explicou ao Estadão que o candidato só adota um tom mais agressivo nos debates quando é provocado. Na televisão, o pessebista tem adotado uma postura em que apenas fala de suas propostas, sem aproveitar o espaço para alvejar outros candidatos. O ex-governador foi ao debate do Estadão acompanhado de seu coordenador jurídico, o advogado eleitoral Anderson Pomini, e de seu assessor pessoal, Ranier Grandê.
Em 2016, o atual governador João Doria (PSDB), aliado de Covas, surpreendeu ao levar a disputa pela Prefeitura no primeiro turno diante da queda de alguns de seus maiores oponentes, que protagonizaram embates entre si.