O presidente Jair Bolsonaro voltou a colocar o sistema eleitoral brasileiro em xeque nesta terça-feira, 10. Em evento do governo sobre o setor de turismo, o chefe do Executivo disse que o sistema é "passível de fraudes". Na semana passada, Bolsonaro defendeu a volta do voto impresso em 2022.
"Não temos sistema sólido de votação no Brasil, que é passível de fraude sim, que tudo pode mudar no futuro com fraude. Eu entendo que só me elegi como presidente porque tive muito voto e não gastei nada não. Foram R$ 2 milhões arrecadados por vaquinha", disse. Em março deste ano, Bolsonaro chegou a afirmar que tinha provas de que teria vencido as eleições presidenciais no primeiro turno em 2018. Desde então, contudo, não apresentou evidências disso.
Nesta terça, em desabafo e sem entrar em detalhes, Bolsonaro afirmou que, durante a pandemia da covid-19, foi impedido de tomar certas decisões que como chefe de Estado eleito deveria ter feito.
"O que faltou para nós não foi um líder, faltou deixar o líder trabalhar, eu fui eleito para isso. Imagina se tivesse o (Fernando) Haddad no meu lugar. Ou tivesse o governador de São Paulo (João Doria) no meu lugar. Como é que estaria o Brasil? Que desgraça estaria esse País, semelhante aqui ao sul na Argentina onde fecharam tudo", afirmou.
Em referência à situação econômica da Argentina, o presidente disse que cidadãos do país vizinho têm se refugiado no Uruguai e até no Rio Grande do Sul. "Será que o Rio Grande do Sul vai se transformar em uma Roraima? Da Venezuela para Roraima, da Argentina para o Brasil. Nós não queremos isso. Rivalidade com a Argentina apenas futebol, nada mais além disso", declarou.
Para uma plateia de empreendedores, Bolsonaro também disse no discurso que é preciso buscar solução e ter "coragem" para a retomada. Neste contexto, afirmou que o "parlamento também tem culpa" e reforçou suas críticas à esquerda. "Eu sei como funciona parlamento, ali tem uma corrente forte de esquerda, corrente do atraso, corrente para dividir o que é dos outros e não o deles."