'Pode ser efeito colateral da vacina', diz Bolsonaro sobre suicídio de voluntário da CoronaVac
%u2014 Estado de Minas (@em_com) November 13, 2020
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"Pode ser o efeito colateral da vacina também. Tudo pode ser. Não sei se já chegaram à conclusão, mas esclarece e volta a pesquisar a vacina, a Coronavac, da China", disse o presidente.
Além disso, Bolsonaro afirmou: "Estão tentando investigar, porque quando um pessoa comete suicídio, geralmente tem um histórico de depressão, a mulher largou ele, o marido largou ela. Uma série de coisas: histórico familiar, perdeu o emprego, perdeu tudo. Vamos apurar a causa do suicídio e daí, obviamente, em sendo suicídio, não tem nada a ver com a vacina".
Produzido pela empresa chinesa SinoVac, em parceria com a empresa alemã BioNTech, com apoio do Instituto Butantan, o imunizante teve os ensaios clínicos suspensos na noite dessa segunda-feira (9) após a morte de um dos dos voluntários. Segundo boletim de ocorrência registrado em São Paulo, ele morreu em decorrência de suicídio.
Em nota divulgada nessa quarta-feira (11), a Anvisa afirmou que liberou a retomada do estudo com base em informações fornecidas pelo Butantan após a suspensão. "Após avaliar os novos dados apresentados pelo patrocinador (Butantan), a ANVISA entende que tem subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação e segue acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre o evento grave inesperado e a vacina", dizia o texto.
A Anvisa reforçou, por fim, que a interrupção teve "caráter exclusivamente técnico", e se baseou nos dados que eram de conhecimento da agência na ocasião.
Mal-estar
A suspensão dos testes com a vacina CoronaVac gerou críticas ao Ministério da Saúde, além de pesar o clima entre o governo federal e governador de São Paulo, João Dória (PSDB).
Diante do comunicado do evento adverso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que a vacina chinesa provoca "morte, invalidez e anomalias". Bolsonaro também aproveitou para provocar Dória nas redes sociais, dizendo que "ganhou dele mais uma vez".
Ao saber da paralisação da pesquisa, o Butatan defendeu que o óbito não tinha relação com a vacina e alegou que tomou conhecimento da interrupção pela imprensa.
A Anvisa, por sua vez, argumentou que comunicou o instituto 38 minutos antes de publicar a informação em seu site.
Em entrevista coletiva, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, esclareceu que interrompeu a pesquisa por falta de informações rubustas sobre a morte do participante.
A única informação apresentada ao órgão, segundo Torres, teria sido a de que um voluntário foi acometido por "evento adverso grave", sem especificação de que se tratava de um suicídio.
Na dúvida, o dirigente disse que optou pela paralisação dos testes."Documentos completos tem que ser enviados a nós e isso não aconteceu", alegou.