Jornal Estado de Minas

POLÍTICA

Após cogitar uso de 'pólvora' contra os EUA, Bolsonaro diz que militares devem ser apartidários

Um dia depois de Carlos Alberto Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo do Planalto, dizer, em referência às declarações polêmicas de Jair Bolsonaro (sem partido) estar "cansado de show", o presidente foi ao Twitter ratificar declaração do general Edson Pujol, comandante do Exército, que garantiu o apartidarismo de suas tropas.



"A afirmação do General Edson Leal Pujol (escolhido por mim para Comandante do Exército), que “militares não querem fazer parte da política”, vem exatamente ao encontro do que penso sobre o papel das Forças Armadas no cenário nacional. São elas o maior sustentáculo e garantidores da Democracia e da Liberdade e destinam-se, como reza a Constituição, 'à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de quaisquer destes, da lei e da ordem'. Devem, por isso, se manter apartidárias, “baseadas na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República”, sustentou.



Pujol falou sobre o apartidarismo do Exército dois dias depois de Bolsonaro defender a possibilidade do uso de “pólvora” contra os Estados Unidos

"Não somos instituição de governo, não temos partido, nosso partido é o Brasil. Independentemente de mudanças ou permanências em determinado governo por um período longo, as Forças Armadas cuidam do país, da nação. Elas são instituições de Estado, permanentes. Não mudamos a cada quatro anos a nossa maneira de pensar e como cumprir nossas missões", afirmou o general, em seminário de Defesa Nacional promovido pelas Forças Armadas. 



O 'cansaço' de Santos Cruz 

Nessa quinta-feira, Santos Cruz demonstrou irritação com a fala de Bolsonaro sobre o Brasil ser um "país de maricas". A fala do presidente ocorreu enquanto ele comentava o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

"O Brasil não é um país de maricas. É tolerante demais com a desigualdade social, corrupção e privilégios. Votou contra extremismos e corrupção. Votou por equilíbrio e união. Precisa de seriedade e não de show, espetáculo, embuste, fanfarronice e desrespeito", disparou.

audima