Reeleito prefeito de Belo Horizonte neste domingo, com o fim da apuração das urnas eletrônicas, Alexandre Kalil (PSD) tem saúde, controlar as consequências das chuvas, mobilidade urbana e segurança como algumas das prioridades a partir de 2021, ano em que se inicia o próximo mandato. Kalil venceu as eleições municipais no primeiro turno.
Um ponto que Kalil coloca como prioritário é o chamado atendimento primário na saúde pública. O prefeito, que se gaba de não fazer promessas de campanha, crê nessa fórmula para diminuir a lotação de Unidades de Pronto Atendimento (Upas) e hospitais de BH. E para realizá-la, Kalil pensa em integrar o mandato de 2017 a 2020 com o de 2021 a 2024. O prefeito fala em inaugurar 40 Centros de Saúde na cidade até o fim deste ano e construir mais 38 a partir do ano que vem. O político chegou a dizer em campanha que a saúde da cidade era uma “porcaria”, mas pondera que é “a melhor porcaria do Brasil”.
Os problemas causados pelas chuvas, que costumam atormentar BH em diversos pontos, também é um dos principais pontos abordados por Kalil. Ele coloca duas propostas para reduzir os transtornos e tragédias causadas pelos impactos da precipitação. “Ampliação do uso de soluções de sustentabilidade e tecnologia verde nas edificações e projetos públicos, com foco principal nas ações relacionadas à microdrenagem urbana. Incorporação, nos projetos de requalificação urbana e de drenagem, dos jardins de chuva e de outras soluções baseadas na natureza”, como primeiro ponto.
E como segundo tópico a “ampliação e otimização dos sistemas de macrodrenagem nas principais bacias hidrográficas da cidade, priorizando as obras no Córrego Vilarinho, no Ribeirão Pampulha (Avenida Cristiano Machado), no Ribeirão da Onça, no Córrego Cercadinho (Avenida Tereza Cristina) e no Córrego Cachoeirinha (Avenida Bernardo Vasconcelos), com foco principal na sustentabilidade ambiental, implantação de parque ciliar no Ribeirão do Onça, aumento da capacidade de retenção de excedente das águas de chuvas”.
Outro ponto tido como crucial para Kalil é o transporte público. A área é alvo de críticas diárias devido ao valor das passagens de ônibus, atualmente de R$ 4,50, à ausência de cobradores nos coletivos e a frota. Neste ponto, o prefeito não aborda uma contratação de cobradores. Contudo, o plano aborda a realização de auditorias permanentes, mais ações de prevenção ao assédio às mulheres, maior divulgação de dados para startups, universidades, centros de pesquisas e empresas de tecnologia e planejamento e implantação de projeto piloto com ônibus elétricos.
O prefeito também é criticado por não abrir a “caixa-preta” da Empresa de Transportes e Trânsito de BH (BHTrans), medida que propôs para apurar as finanças ainda em 2016. No plano para 2021 a 2024, não há alguma menção específica sobre o tema.
A educação também foi outro ponto criticado, especialmente durante a pandemia do novo coronavírus. Kalil reitera avanços em quatro anos, mas busca novas melhorias. Uma delas diz respeito à tecnologia durante o ensino, que ainda é precário nas escolas municipais.
“Investimento na otimização do acesso à internet em todos os espaços das escolas, e não somente em espaços específicos, por meio de cabeamento de rede e compra de roteadores de sinal de wi-fi, além da disponibilização de equipamentos para utilização por alunos e professores, garantindo a formação de professores para efetivo uso das tecnologias”.
Outro ponto tocado pelo plano de governo de Kalil diz respeito à Guarda Civil Municipal. A categoria, como quase todas, foi afetada pela pandemia do novo coronavírus e também aguarda uma retomada, em especial com a nomeação de novos agentes. E é isso que Kalil propõe a partir de 2021, com a ampliação do efetivo, já que os aprovados em 2020 ainda não tomaram posse. Ainda no que tange à segurança, o prefeito reeleito aborda maior interação com o Centro de Operações da Prefeitura de Belo Horizonte (COP-BH) e implantação de uma unidade de combate a crimes ambientais urbanos.