Reeleito no primeiro turno para continuar comandando Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) desponta como candidato natural à disputa do governo de Minas Gerais em 2022. Com 84,82% das urnas apuradas, Kalil já somava 63,5% dos votos, contra 9,89% de Bruno Engler, segundo colocado.
De acordo com Carlos Ranulfo Melo, professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a candidatura do prefeito de BH ao Palácio da Liberdade seria um forte obstáculo à possível tentativa de reeleição de Romeu Zema.
“É uma candidatura viável. Resta saber se Kalil tem esse plano. Ele é um prefeito bem avaliado, nome que pode ser especulado para o governo. Seria um candidato forte”, afirma Ranulfo, doutor em sociologia e política pela UFMG e pós-doutor pela Universidade de Salamanca. O cientista político prevê uma disputa difícil em 2022.
De acordo com Carlos Ranulfo Melo, professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a candidatura do prefeito de BH ao Palácio da Liberdade seria um forte obstáculo à possível tentativa de reeleição de Romeu Zema.
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Kalil é reeleito prefeito de BHEconomista, de perfil técnico e com longa experiência nos bastidores da política: conheça o vice de Kalil, Fuad NomanPronunciamento da vitória de Kalil, reeleito prefeito de BHReeleito prefeito de BH, Kalil afirma: 'Agora é hora do comércio'Cinco motivos que explicam a reeleição de Kalil em BH“O Romeu Zema (Novo) está no primeiro mandato e a avaliação dele não é ruim. Não é boa, mas razoável. Seria um candidato competitivo”, pondera. “Não seria uma eleição fácil, uma barbada. Sem contar que outros partidos podem entrar na jogada. Eleição para o governo do estado é mais difícil.”
Em seu partido, Alexandre Kalil é visto como “candidato natural” ao Palácio da Liberdade, afirmou o senador Carlos Viana (PSD). Em conversa com a reportagem em setembro, o parlamentar fez elogios à atual administração municipal, mas preferiu não “cravar” o prefeito como concorrente em 2022.
“Kalil é candidato natural do partido, mas está muito cedo. Temos de avaliar, mais à frente, quem estará melhor nas pesquisas. O PSD será um player com candidatura em 2022, com certeza, mas a decisão só tomaremos após as eleições municipais”, observou o senador.
O vereador belo-horizontino Catatau do Povo (PSD) foi menos comedido tanto nos elogios quanto na projeção da candidatura do companheiro de legenda em 2022.
“Kalil mostrou que veio para fazer um trabalho maravilhoso e está fazendo, principalmente na área da saúde. Está trabalhando muito em Belo Horizonte. Após a cidade ser arrasada pelas chuvas, o pulso dele é tão forte que reconstruiu tudo rapidamente, com parcerias. Com esse bom trabalho, ele sai candidato em 2022. É um nome muito forte para governar Minas Gerais”, declarou.
Falta de continuidade
A eventual saída de Kalil da Prefeitura de Belo Horizonte para disputar o governo em 2022 traz um risco: a falta de continuidade do trabalho realizado por ele, cuja administração foi aprovada nas urnas pela maioria da população.
A expressiva votação se deve também a seu perfil pessoal. Direto, muitas vezes incisivo e “sem papas na língua”, Kalil conquistou o belo-horizontino independentemente do projeto político de sua coligação, formada por PSD, MDB, DC, PP, PV, Rede, Avante e PDT. Boa parte dos eleitores escolheu o prefeito sem conhecer a trajetória política do candidato a vice-prefeito, Fuad Jorge Noman Filho.
Presidente municipal do PSD e ex-secretário de Fazenda da capital, cargo que deixou para se dedicar à campanha eleitoral de 2020, esse economista chefiou as secretarias de Estado de Transporte e Obras e da Fazenda durante a gestão Aécio Neves (PSDB).
Como secretário estadual da Fazenda, Fuad Noman foi um dos responsáveis pelo choque de gestão, política voltada para a redução de despesas públicas. Assim como Kalil, ele é conselheiro do Atlético, clube presidido pelo prefeito entre 2008 e 2014.