Reeleito neste domingo (15), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) foi campeão de votos na disputa pelo cargo do executivo municipal em Belo Horizonte. Ele obteve 784.307 votos (63,36%), enquanto Bruno Engler (PRTB), o segundo colocado, conquistou 123.215 votos (9,95%).
Desde 2004, quando Fernando Pimentel (PT) se reelegeu com 68,49% dos votos válidos, contra 22,78% de João Leite (PSDB), um candidato a prefeito da capital mineira não ultrapassava a marca dos 60% dos votos válidos. Em 2004, a disputa se deu entre cinco candidatos; neste ano foram 15.
Durante o ano de eleição, a administração de Kalil ficou marcada pelo rigor no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Por imposição de decreto municipal, a quarentena obrigou ao fechamento de boa parte dos setores de comércio e serviços, durante meses. A reabertura foi gradual e com novos protocolos para evitar a disseminação do vírus.
Em março passado, quando a pandemia foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a circulação do vírus foi detectada no Brasil, foi criado o Comitê Municipal de Enfrentamento à Epidemia da COVID-19. A força-tarefa que teve a missão de desenhar a resposta de BH à crise sanitária é composa pelo Secretário de Saúde, Jackson Machado, e pelos médicos infectologistas Carlos Starling, Estevão Urbano e Unaí Tupinambás – além do secretariado que auxilia nas decisões.
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Kalil em relação às críticas
Enérgico ao se recusar a comentar política durante a crise sanitária, o chefe do Executivo municipal classificou opositores como “parasitas do vírus” e comparou por diversas vezes o controle da pandemia a uma guerra.
Alvo de manifestações contrárias ao isolamento social, Kalil rebateu dizendo que “quem tem medo de buzina é cachorro distraído”. A frase ficou famosa, e ele a repetiu em outros momentos.
BH iniciou a reabertura no final de maio, teve que frear e recuar no plano, devido à aceleração daos índices de ocupação de leitos de UTI e de transmissão, e esperou até agosto para a abertura gradual de shoppings, bares e restaurantes.
No primeiro semestre, o prefeito disse que seguiria especialistas de saúde, ainda que sob críticas e protestos de empresários, comerciantes e até do governador Romeu Zema (Novo), que chamou a prefeitura de BH de "fora da curva".
Campanha em meio à pandemia
Aos 61 anos, Alexandre Kalil se enquandra no grupo de risco para a COVID-19. Ele fez campanha sem ir às ruas pedir votos e tampouco participou de debates.
O máximo que fez como atividade de campanha, além de gravações em casa, foram reuniões com poucas pessoas, geralmente grupos específicos e relevantes para BH.
Por outro lado, Kalil teve maior impacto nas redes sociais desde o início da propaganda eleitoral. Segundo levantamento do software voxRadar, parceiro do Estado de Minas, o prefeito reeleito concentra 36% de toda a discussão nas redes que envolve os 14 nomes que concorriam ao comando do Executivo de BH.
O segundo mandato
Na última quarta-feira (11), a capital ultrapassou a marca dos 50 mil casos de COVID-19. O boletim epidemiológico e assistencial da prefeitura divulgado na sexta-feira (13) mostra que BH acumula 50.587 casos e 1.558 óbitos pela doença provocada pelo novo coronavírus.
Durante a campanha, Alexandre Kalil sempre enalteceu a atuação da saúde pública de Belo Horizonte no combate à pandemia. Ele, no entanto, já admitiu que o sistema tem falhas. Segundo o prefeito reeleito, sua prioridade de agora em diante será fortalecer a atenção primária. Ele prometeu encerrar o ano com 40 novos centros de saúde e instalar outros 38 em 2021.