Tome Alvarenga, de 42 anos, assume a prefeitura de São Tomé das Letras ao lado vice, Joaquim De Jesus Pereira. Ele chegou a ocupar o cargo de prefeito entre março de 2018 e setembro deste ano, quando a atual prefeita Marisa Maciel de Souza (PT) teve o mandato cassado pela Câmara Municipal da cidade.
“Estou motivado a continuar o trabalho e a contribuir para que nossa cidade possa viver um tempo de prosperidade e progresso, com responsabilidade e sustentabilidade! Foi uma campanha mais quieta por causa da pandemia. Recebemos várias acusações sem fundamento. Fui acusado até de irresponsável por manter a cidade fechada para turistas”, diz candidato eleito, Tome Alvarenga.
São Tomé das Letras tem cerca de 6 mil habitantes e quase 4 mil eleitores votaram nesse domingo (15). A cidade teve menos de 5% de votos nulos e brancos. A prefeitura também foi disputada por José Gilberto Pereira (PT), que ficou na cola de Tome com 1408 votos, que representa 41,45% e Donizete Flauzino da Rocha (PP) com menos de mil votos.
Sucesso contra a COVID-19
A cidade ganhou destaque após se manter fechada desde o início da pandemia. O primeiro caso de COVID-19 foi registrado no começo deste mês, 20 depois que o município foi obrigado pela Justiça a receber turistas.
Benvinda Martorell é empresária, dona de um dos restaurantes mais tradicionais da cidade. A mulher conta que sente o reflexo do prejuízo há mais de 8 meses, mas acredita que, até o momento, o isolamento social foi a melhor arma contra o novo coronavírus. “Ficamos em uma bolha, acompanhamos o que estava acontecendo, mas não vivemos a pandemia. Agora, tudo vai mudar com essa chegada de visitantes. Uma situação complexa para todos”, pontua a empresária.
Após o impasse na Justiça para a volta dos turistas, a prefeitura publicou um decreto proibindo excursões na cidade e os pontos turísticos ainda permanecem fechados. Hotéis e pousadas podem receber apenas 20% da capacidade de lotação permitida e os visitantes precisam comprovar hospedagem com as regras estipuladas pela Central COVID-19.
“Meu restaurante é de comida mineira tradicional. Para mim não compensa reabrir para delivery ou só com 20% da capacidade. Mesmo assim, estou do lado da prevenção. A cidade ainda não estava preparada para essa retomada”, diz empresária.
A empresária explica que a maior parte dos comerciantes fizeram pressão para a cidade se manter fechada. “Com essa questão de não ter COVID-19, ganhamos uma fama de cidade segura, então, o turista chega aqui e tem uns que andam sem máscara”, ressalta.
Ainda segundo Benvinda, a maioria dos empresários e moradores esperam que essa nova política venha trazer mais segurança aos moradores da cidade. “O maior medo da população nesse momento é que não tenha controle desses protocolos de prevenção e uma fiscalização segura. Temos cerca de 400 pousadas em uma cidade de 6 mil habitantes, então, precisa de uma fiscalização mais segura. Temos um turismo de massa que precisa ser trabalhado, mas isso vale para depois da pandemia”, finaliza.