O prefeito de Itajaí, em Santa Catarina, Volnei Morastoni (MDB) conseguiu se reeleger ancorado, em grande parte, por um debate bizarro: o uso de ozônio via retal, que ele próprio vem receitando.
Ele ganhou com uma diferença de três mil votos, do segundo colocado, Robison Coelho (PSDB).
A reeleição de Morastoni tem um gosto de ir à forra. Em seu primeiro mandato como prefeito de Itajaí pelo PT, em 2008, com a máquina na mão, ele foi derrotado nas urnas pelo empresário Jandir Bellini (PP).
Água com sal
Morastoni é médico e nessa pandemia do coronavírus tem defendido tratamentos não convencionais, sem aval da Organização Mundial da Saúde (OMS), para curar a COVID-19.
Bem avaliado antes do início da pandemia, além da distribuição de homeopatia e vermífugo como “prevenção” ao vírus, Morastoni ainda usou de dessa receita do ozônio, sem qualquer comprovação científica, para se reeleger.
A campanha ia bem, com Morastoni em primeiro lugar com folga nas pesquisas, quando um incidente quase o derrubou do cargo de prefeito.
Um problema na barragem de cunha salina, que evita que a água do mar se misture à captação, deixou a água salgada nas torneiras de Itajaí e Navegantes por mais de 20 dias.
O incidente na reta final da campanha refletiu nas pesquisas e acabou sendo solucionado, mas acabou respingando no resultado eleitoral, que terminou apertado.