O pleito que definiu a continuidade de Alexandre Kalil (PSD) na Prefeitura de Belo Horizonte por mais quatro anos e que escolheu 41 vereadores para a Câmara Municipal, não contou com a presença de 550.633 eleitores, fazendo com que o percentual de 28,34% batesse o recorde de abstenções na capital mineira em eleições municipais. Uma das causas para o fato é a pandemia da COVID-19.
A ausência é 25,4% maior do que o registrado em 2016, quando 438.968 eleitores deixaram de comparecer às urnas no segundo turno, o que representa 22,77% de pessoas aptas a participar do pleito. No primeiro turno, os números foram um pouco menores: 417.537 abstenções, uma margem de 21,66% de ausências.
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Kalil vence em todas as zonas eleitorais de BH, mas tem percentual abaixo da média na 'classe A'Não votou? Saiba como regularizar situação até 14 de janeiroCom pandemia, índice de abstenção nas eleições 2020 bate recorde e fica em 23,14%Investigadores suspeitam de terrorismo em caso de carro jogado no MJJanaína Paschoal convida Guilherme Boulos para participar de liveJá em 2004, o índice de abstenções foi menor dos apresentados em 2008, com 253.293 ausências, o que correspondia, na época, a 15,08% dos eleitores aptos. No entanto, 2004 apresentou um aumento se comparado com 2000, uma vez que no ano citado houve 222.183 ausências (14,12%) no primeiro turno e 243.839 no segundo (15,5%).
Em 1996, as abstenções estiveram em 231.488 no primeiro turno (15,93%) e tiveram uma alta expressiva no segundo, quando 271.604 (18,69%) eleitores não compareceram às urnas.
2020
Voltando para 2020, a zona eleitoral que mais registrou abstenções em Belo Horizonte nessas eleições foi a 34ª, que engloba os bairros Santa Lúcia, Belvedere, Luxemburgo, Santo Antônio, Sion e São Pedro. Por lá, 38.008 eleitores deixaram de comparecer às urnas.
A segunda zona eleitoral que mais teve ausências foi a 33ª, também na Região Centro-Sul da capital e que compreende bairros como o de Lourdes, Funcionários, Santo Agostinho, além da região da Savassi. Ao todo na área, 36.457 eleitores aptos não registraram seus respectivos votos.
Já a 333ª zona eleitoral, localizada na Região do Barreiro, reúne bairros como o Cardoso, Bonsucesso e Flávio Marques Lisboa e é a maior de Belo Horizonte e a segunda maior do estado, com 135.057 eleitores, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Por lá, 35.619 pessoas estiveram ausentes, número que representa 26,37% do total daqueles aptos a votar.
Brasil
Com 100% das urnas apuradas, o Brasil registrou 23,14% no índice de abstenção. A taxa de ausência é a maior dos últimos 20 anos quando o assunto é eleição municipal. Nos pleitos anteriores, os não comparecimentos ficaram em 17,6%, em 2016, e 16,9% em 2012, ambos no primeiro turno.
Apesar do índice elevado, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, destacou que o percentual não se mostrou tão elevado, se comparado com outros pleitos. “Os níveis de abstenções foram inferiores a 25%, portanto, em plena pandemia, nós tivemos um índice de abstenção pouca coisa superior a das eleições passadas", afirmou.