O pleito que definiu a continuidade de Alexandre Kalil (PSD) na Prefeitura de Belo Horizonte por mais quatro anos e que escolheu 41 vereadores para a Câmara Municipal, não contou com a presença de 550.633 eleitores, fazendo com que o percentual de 28,34% batesse o recorde de abstenções na capital mineira em eleições municipais. Uma das causas para o fato é a pandemia da COVID-19.
A ausência é 25,4% maior do que o registrado em 2016, quando 438.968 eleitores deixaram de comparecer às urnas no segundo turno, o que representa 22,77% de pessoas aptas a participar do pleito. No primeiro turno, os números foram um pouco menores: 417.537 abstenções, uma margem de 21,66% de ausências.
Em 2012, quando a eleição, assim como neste ano, foi decidida em turno único, a margem de abstenção foi de 18,8%. Em números brutos, 351.242 pessoas deixaram de comparecer. Em 2008 o pleito foi decidido em dois turnos, sendo que no primeiro as abstenções foram de 298.601 (16,85%), enquanto no segundo 315.019 (17,78%) eleitores não participaram do pleito.
Já em 2004, o índice de abstenções foi menor dos apresentados em 2008, com 253.293 ausências, o que correspondia, na época, a 15,08% dos eleitores aptos. No entanto, 2004 apresentou um aumento se comparado com 2000, uma vez que no ano citado houve 222.183 ausências (14,12%) no primeiro turno e 243.839 no segundo (15,5%).
Em 1996, as abstenções estiveram em 231.488 no primeiro turno (15,93%) e tiveram uma alta expressiva no segundo, quando 271.604 (18,69%) eleitores não compareceram às urnas.
2020
Voltando para 2020, a zona eleitoral que mais registrou abstenções em Belo Horizonte nessas eleições foi a 34ª, que engloba os bairros Santa Lúcia, Belvedere, Luxemburgo, Santo Antônio, Sion e São Pedro. Por lá, 38.008 eleitores deixaram de comparecer às urnas.
A segunda zona eleitoral que mais teve ausências foi a 33ª, também na Região Centro-Sul da capital e que compreende bairros como o de Lourdes, Funcionários, Santo Agostinho, além da região da Savassi. Ao todo na área, 36.457 eleitores aptos não registraram seus respectivos votos.
Já a 333ª zona eleitoral, localizada na Região do Barreiro, reúne bairros como o Cardoso, Bonsucesso e Flávio Marques Lisboa e é a maior de Belo Horizonte e a segunda maior do estado, com 135.057 eleitores, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Por lá, 35.619 pessoas estiveram ausentes, número que representa 26,37% do total daqueles aptos a votar.
Brasil
Com 100% das urnas apuradas, o Brasil registrou 23,14% no índice de abstenção. A taxa de ausência é a maior dos últimos 20 anos quando o assunto é eleição municipal. Nos pleitos anteriores, os não comparecimentos ficaram em 17,6%, em 2016, e 16,9% em 2012, ambos no primeiro turno.
Apesar do índice elevado, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, destacou que o percentual não se mostrou tão elevado, se comparado com outros pleitos. “Os níveis de abstenções foram inferiores a 25%, portanto, em plena pandemia, nós tivemos um índice de abstenção pouca coisa superior a das eleições passadas", afirmou.