O número de mulheres que venceram as disputas para prefeituras neste primeiro turno das eleições municipais 2020 supera o total de ocupações femininas para o cargo em 2016. No Brasil, 12,2% das lideranças dos municípios serão exercidas por mulheres. Para o segundo turno, cinco candidatas ainda se mantêm no páreo. Já nas eleições passadas, o percentual final ficou em 11,6%.
Leia Mais
Em coletiva sobre covid-19, Doria reitera confiança em Covas e critica BoulosEm 15 anos, CNMP só demitiu 22 procuradoresCasos que merecem são punidos, diz corregedorAos 95 anos, prefeito eleito de Muriaé garante ter saúde para governar cidadePF prende homem acusado de jogar carro contra Ministério da JustiçaEntre as eleitas no primeiro turno está a atual prefeita de Palmas (TO), Cinthia Ribeiro (PSDB), reeleita com 36,24% dos votos.
Entorno
Já no Entorno do DF, se elegeram prefeitas Débora Domingues (PL), em São João D’aliança; Iolanda Holiceni (DEM), em Alvorada do Norte; Dona Dete (DEM), em Simolândia; e Angela (DEM), em Mimosa de Goiás.
Ainda na disputa está a atual deputada federal Patrícia Ferraz (Pode), candidata à prefeitura de Macapá (AP), onde, em razão da crise energética, o primeiro turno foi suspenso. A nova data do pleito do primeiro turno é 13 de dezembro; já o segundo ficou para o dia 27.
Cotas
O aumento, ainda que pequeno diante da representação de homens na política, também é superior a 2012, quando o número de eleitas correspondeu a 11,8% do total, com 659 prefeitas. Um dos motivos para a garantia de mais espaços das mulheres nas prefeituras pode ser associado às cotas. Pela primeira vez, além de 30% das vagas para se candidatar serem reservadas para elas, 30% dos fundos eleitoral e partidário também ajudaram a fortalecer as campanhas das concorrentes.
O fim das coligações para os pleitos proporcionais também fez jus ao percentual, já que as cotas foram exigências aos partidos e não às coligações.
Mesmo assim, ainda é próximo da margem de cotas o número de mulheres que se candidataram à prefeita, vice-prefeita ou vereadora. De acordo com o TSE, em 2020, 33,15% dos candidaturas para esses cargos foram de mulheres. Apesar de representarem 52,5% do eleitorado brasileiro, as mulheres são 45,3% das filiações a partidos.
Câmara dos Deputados
Para cargos no legislativo, as regras ainda são ultrapassadas. Por isso, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prometeu pautar uma proposta de emenda à Constituição que institui cota para mulheres nas câmaras de vereadores, assembleias legislativas e na Câmara dos Deputados.
O texto prevê 10% das vagas para mulheres na próxima legislatura, com escalonamento de 12% e 16% nas eleições subsequentes. Segundo Maia, a representação “é muito pequena”. “Hoje, já temos quase 2 mil municípios que não têm uma única mulher representando a sociedade nas câmaras de vereadores”, disse, se propondo a discutir o tema ainda este ano.