Jornal Estado de Minas

'REVOLTA'

Deputado do Novo em MG insinua que '30% da população vende seu voto'

O deputado estadual mineiro Bartô (Novo) deu a entender, sem provas, nesta terça-feira, que um terço da população do país vende seus votos. Ele utilizou dados da eleição para prefeito de Belo Horizonte, que teve 28,34% de abstenções, 4,26% de manifestações em branco e 6,86% de anulações, para, em suas palavras “explicitar a revolta com o povo brasileiro”.



Segundo Bartô, há candidatos que recebem “propostas indecorosas” de eleitores durante a campanha eleitoral. Os cidadãos, disse, oferecem trocar o voto por favorecimentos como empregos e cestas básicas. As declarações foram dadas durante a primeira reunião plenária da Assembleia Legislativa a contar com pronunciamentos presenciais desde o início da pandemia do novo coronavírus.

“O mesmo naipe de pessoas que fazem isso (as tais ‘propostas indecorosas’), muitas vezes estão trabalhando na campanha de outros. A gente começa a tentar entender se realmente estão trabalhando de forma legítima ou se foram comprados. Mas, a impressão que fica para todo mundo que está na política, é que 30% das pessoas vende seus votos”, afirmou.

Depois, o deputado fez menção à soma de abstenções, votos brancos e nulos em BH — o que equivale a cerca de 40% do eleitorado. “A mudança parte do povo. A gente vê um país tão desacreditado na política, um povo que gosta de falar que político ‘não vale nada’ e que têm de ser feitas mudanças, mas cadê o papel do povo? A partir do momento que vemos que 40% das pessoas se abstêm de votar e que 30% vendem seus votos, só restam 30% que estão, de fato, votando em alguém que acreditam”, continuou.



Insistindo no tema, Bartô fala, então, que uma “considerável parte da população, claramente, vende o seu voto”. “É muito triste ver que um povo vende 30% de seu voto, e que 40% se abstêm, acha que a mudança parte da gente. A mudança sempre parte do povo.” 

Novo não elege prefeitos

O Novo, partido ao qual o governador Romeu Zema também é filiado, não elegeu prefeitos no primeiro turno. O resultado da legenda nas urnas, inclusive, foi lamentado por João Amoêdo, ex-presidente da sigla e candidato a presidente em 2018.

Em Minas Gerais, o Novo lançou postulantes às prefeituras de Belo Horizonte, Contagem (Região Metropolitana) e Araxá (Sul). O partido foi representado, respectivamente, por Rodrigo Paiva, Márcio Bernardino e Emilio Neumann.

O Novo está classificado para o segundo turno em Joinville (SC), por meio de Adriano Silva. Ele vai enfrentar Darci de Matos, do PSD. Na capital, três filiados foram eleitos vereadores — triplicando a bancada na Câmara Municipal. Em todo o país, o partido conquistou 29 cadeiras nos legislativos locais.



Oito deputados perderam prefeituras

No que tange à Assembleia de Minas, nove deputados estaduais se candidataram neste ano. Em Contagem, Marília Campos (PT) disputa o returno contra Felipe Saliba, do Democratas. Na mesma cidade, Professor Irineu (PSL) acabou na sétima posição, com 3,96% dos votos válidos. Em Montes Claros, no Norte, a petista Leninha terminou em terceiro, com 5,13%.

Na maior cidade da Zona da Mata, Juiz de Fora, Delegada Sheila (PSL) recebeu 10,04% dos votos e ficou na quarta posição. Em Uberaba, no Triângulo, o delegado Heli Grilo, do mesmo partido, teve 19,09% e acabou na posição de número três.

Douglas Melo (MDB) teve 29,88% e conquistou a vice-liderança em Sete Lagoas, mas perdeu para Duílio de Castro (Patriota).

Na capital, três parlamentares estaduais concorreram contra o eleito Alexandre Kalil (PSD). Bruno Engler, do PRTB, teve 9,95% e ficou em segundo. Logo atrás, com 9,22%, João Vítor Xavier (Cidadania). Por ter somado 0,75% dos votos válidos, Professor Wendel Mesquita (Solidariedade) terminou na oitava posição.



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