Sem definir até agora como vai se posicionar no segundo turno das eleições municipais, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou pouco interesse em se engajar na campanha de Marcelo Crivella (Republicanos), que disputa contra Eduardo Paes (DEM) a prefeitura do Rio.
Em conversas com aliados, Bolsonaro indicou neutralidade não apenas pelo elevado risco de derrota de Crivella, atual prefeito e candidato a segundo mandato, mas também porque não pretende se indispor com Paes, que pode reassumir o comando da capital fluminense, seu reduto eleitoral.
No entanto, após encontro na manhã desta quinta, 18, o presidente concordou em gravar um vídeo para a campanha de Crivella no segundo turno. O presidente confirmou que não participará de agendas públicas ao lado de Crivella, como gostaria a equipe do candidato.
O prefeito usa a imagem de Bolsonaro no material de propaganda, mas gostaria de tê-lo a seu lado em agendas públicas. Pesquisa Ibope divulgada anteontem mostra Paes com 53% das intenções de votos. Crivella aparece com 23%.
No primeiro turno, o máximo que o prefeito conseguiu foi que Bolsonaro também gravasse um vídeo para seu programa eleitoral, replicado nas redes sociais.
'O outro'
Em suas transmissões ao vivo pela internet, o presidente pediu voto a Crivella, mas evitou críticas a Paes. No final de outubro, quando anunciou seu apoio ao prefeito, Bolsonaro disse que o candidato do DEM era "bom administrador" e que não haveria problema se alguém não quisesse votar em Crivella.
"E o outro vocês conhecem também, é um bom administrador, mas eu fico aqui com o Crivella. Não tem muita polêmica, não. Se não quiser votar nele, fica tranquilo. Não vamos criar polêmica, brigar entre nós. Eu respeito os seus candidatos também", disse Bolsonaro.
Na avaliação de aliados, Bolsonaro pode até se manifestar pontualmente em cidades em que a disputa no segundo turno esteja entre um candidato de direita e outro de esquerda. Entretanto, destacam que deverá ser uma posição pessoal, como fez ao responder no Facebook a um apoiador do candidato Delegado Eguchi (Patriota), que disputa o segundo turno em Belém, no Pará, com Edmilson Rodrigues (PSOL).
"Caso fosse eleitor em Belém, certamente votaria nele. Boa sorte para ele", escreveu Bolsonaro, se referindo ao delegado e candidato do Patriota.
Desempenho
Entre treze candidatos a prefeito que tiveram votos pedidos pelo presidente, dois saíram vitoriosos: o ex-senador Mão Santa (DEM) foi reeleito prefeito em Parnaíba (PI) e Gustavo Nunes (PSL) conquistou a prefeitura em Ipatinga (MG). E assim como o prefeito Crivella, no Rio, Capitão Wagner (PROS) passou para a segunda etapa da disputa em Fortaleza contra José Sarto (PDT), que é apoiado por Ciro Gomes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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