Duas candidatas a vereadora de Uberaba, no Triângulo Mineiro, não receberam nenhum voto nas eleições municipais do último domingo, segundo o resultado final da Justiça Eleitoral. Helenir Oliveira (DEM) e Renata Sousa (PMN) não receberam nem o próprio voto. O fato, incomum, chamou a atenção dos procuradores.
Por isso, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em Uberaba, por meio da Promotoria Eleitoral, iniciou uma investigação para apurar uma suposta fraude, ou seja, se as mulheres foram inseridas nas chapas apenas para preencher a cota de gênero legal.
A denúncia foi feita pelo ex-candidato Paulo Pires (Patriotas) à Rádio JM. Além disso, trecho do sistema de divulgação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do resultado final da eleição para vereador de Uberaba foi divulgado e mostra as candidaturas zeradas.
Quem investiga o caso é o promotor eleitoral Wagner Contrim. Ele declarou que o uso de candidaturas femininas fictícias para enganar a cota de gênero é fraude, podendo resultar na abertura de processo para a cassação dos envolvidos.
Além disso, o promotor informou também que outros elementos vão precisar ser investigados para comprovar uma eventual irregularidade, pois há vários fatores a verificar que podem levar ao ingresso de uma ação para a cassação de registro da chapa que concorreu nessas eleições.
Posse
Segundo a Justiça Eleitoral, um procedimento de investigação semelhante a esse não impede de imediato a posse de candidatos eleitos pelas chapas que são alvo das denúncias, já que é necessária uma investigação prévia para ter subsídios para se entrar com uma cassação.
“Pelo prazo curto que temos, não vai impedir diplomação e posse. Se for julgado procedente depois, as pessoas têm o registro cassado e perdem o cargo. A chapa toda pode ter problema por essa questão de gênero”, informou o promotor, em entrevista à Rádio JM.