O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, recebeu neste sábado, 21, o apoio de dezenas de organizações do movimento negro. O apoio foi oficializado por meio de um manifesto, do qual são signatários coletivos negros, grupos teatrais, blocos de carnaval e outras instituições militantes.
"Nós, população negra organizada, mulheres negras, pessoas faveladas, periféricas, LGBTQIA+, que professam religiões de matriz africana, quilombolas, pretos e pretas com distintas confissões de fé, moradoras e moradores da cidade de SP, manifestamos nosso apoio à candidatura de Guilherme Boulos e Luiza Erundina e à urgência em derrotar o PSDB genocida e o bolsonarismo na cidade de São Paulo", diz o texto do manifesto, publicado integralmente no site da União de Núcleos de Educação Popular para Negra/os e Classe Trabalhadora (Uneafro).
O manifesto faz críticas e acusações duras contra as gestões do prefeito Bruno Covas (PSDB), que tenta a reeleição, e do governador João Doria (PSDB). Segundo as organizações do movimento negro, "o PSDB de Bruno Covas representa o projeto político genocida praticado há décadas por governos tucanos seja no nível municipal, seja nos momentos de dobradinha com governos estaduais, como é o caso agora, com Covas-Dória sic". O texto cita a tragédia de Paraisópolis, quando uma ação da Polícia Militar ocorrida em dezembro de 2019 na comunidade da zona sul de São Paulo acabou com a morte por pisoteamento de nove jovens entre 14 e 23 anos.
Para as organizações que assinaram o manifesto, "o PSDB é germe do bolsonarismo que contaminou o país e que fez da população negra, mais uma vez, o principal alvo".
Além da rejeição aos governos tucanos, o manifesto cobra de um eventual governo do PSOL que integrantes dos movimentos negros componham uma eventual gestão dos serviços públicos e da máquina pública, além do acolhimento de suas pautas e reivindicações.