Daqui a sete dias, brasileiros de 18 capitais irão às urnas para definir os prefeitos para os próximos quatro anos. Além das capitais, eleitores de outras 39 cidades terão que participar da segunda rodada das eleições municipais do próximo dia 29.
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"Penso a educação como política estratégica", diz ex-secretária e vereadora eleitaCandidatura de Boulos recebe apoio de organizações do movimento negroJustiça decreta prisão preventiva de ex-deputado flagrado com R$ 1,9 mi no CEEleições 2020: Elisa acusa Tony de espalhar fake news em UberabaEleições 2020: Correndo atrás desde 5 da manhã, Tony tenta superar Elisa em UberabaEleitor não pode ser preso a partir desta terça-feiraNo Norte, cinco capitais votam no segundo turno; no Sudeste, Rio, São Paulo e Vitória estão pendentes; e no Centro-Oeste, apenas Cuiabá (MT).
Nessa primeira semana de campanha, os candidatos das principais cidades buscaram compor alianças para se fortalecer nesta segunda fase.
Em São Paulo, por exemplo, partidos de esquerda tentaram se unir na campanha de Guilherme Boulos (Psol), enquanto Bruno Covas (PSDB) recebeu o apoio formal de Celso Russomanno, que era o candidato do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com as últimas pesquisas, o candidato tucano lidera as intenções de voto com 48%, enquanto o pesolista aparece com 35%.
Em São Paulo, por exemplo, partidos de esquerda tentaram se unir na campanha de Guilherme Boulos (Psol), enquanto Bruno Covas (PSDB) recebeu o apoio formal de Celso Russomanno, que era o candidato do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com as últimas pesquisas, o candidato tucano lidera as intenções de voto com 48%, enquanto o pesolista aparece com 35%.
Na visão do professor David Fleischer, do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), a eleição paulista será uma das mais disputadas e poderá ter mudanças até o dia da votação.
“O cenário é de crescimento de Boulos entre os mais jovens, enquanto Covas terá o voto dos mais idosos. Lula e Doria são cabos eleitorais de cada um dos candidatos, mas enfrentam rejeição em São Paulo. A depender das manifestações desses líderes, Boulos e Covas terão mais ou menos chances de vencer”, afirma o professor.
“O cenário é de crescimento de Boulos entre os mais jovens, enquanto Covas terá o voto dos mais idosos. Lula e Doria são cabos eleitorais de cada um dos candidatos, mas enfrentam rejeição em São Paulo. A depender das manifestações desses líderes, Boulos e Covas terão mais ou menos chances de vencer”, afirma o professor.
Já no Rio de Janeiro, as pesquisas apontam para uma vitória de Eduardo Paes (DEM) contra o atual prefeito, Marcello Crivella (Republicanos). O democrata lidera com cerca de 70% das intenções de voto, enquanto Crivella aparece com 29%.
“No Rio, a situação de Crivella é muito complicada, já que os eleitores que votaram na Benedita e na Martha Rocha não votam no Crivella. A margem de crescimento do atual é muito pequena”, avalia Fleischer.
“No Rio, a situação de Crivella é muito complicada, já que os eleitores que votaram na Benedita e na Martha Rocha não votam no Crivella. A margem de crescimento do atual é muito pequena”, avalia Fleischer.
PRESIDENTE RENEGADO
Diante das derrotas que a maioria dos nomes apoiados por Jair Bolsonaro teve no primeiro turno, candidatos estão abdicando do apoio do presidente neste segundo turno. Nesta primeira semana de campanha, apenas Crivella (Rio) e Delegado Eguchi (Belém) reforçaram os pedidos de apoio do chefe do Executivo.
Conforme monitorou o Estado de Minas, existe uma resistência até de candidatos da direita que enfrentaram nomes da esquerda em suas capitais.
Em Fortaleza, por exemplo, o candidato do Pros, Capitão Wagner, já sinalizou que “não quer nacionalizar a campanha”. Em São Luís (MA), o candidato da oposição, Eduardo Braide (Podemos), também não deve buscar o apoio do presidente.
Em Fortaleza, por exemplo, o candidato do Pros, Capitão Wagner, já sinalizou que “não quer nacionalizar a campanha”. Em São Luís (MA), o candidato da oposição, Eduardo Braide (Podemos), também não deve buscar o apoio do presidente.
Em Vitória (ES), Lorenzo Pazolini (Republicanos) afirmou que sua candidatura é independente e que chegou ao segundo turno sem o apoio do presidente Bolsonaro. Já em Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), que conta com o apoio da centro-direita, já declarou que não quer “padrinhos políticos”.
De acordo com o jurista e especialista em direito eleitoral Caio Viena Mello, esse distanciamento do presidente é “natural” diante do resultado do primeiro turno. “Assim como o lulismo, o bolsonarismo sofre um desgaste nesta eleição.
Seja pela forma que o presidente vem comandando o país ou as pessoas que foram na onda Bolsonaro de 2018 não querem mais essa onda. Acredito que o presidente terá que rever suas estratégias para 2022”, afirma o jurista.
Seja pela forma que o presidente vem comandando o país ou as pessoas que foram na onda Bolsonaro de 2018 não querem mais essa onda. Acredito que o presidente terá que rever suas estratégias para 2022”, afirma o jurista.
DISPUTA NO RECIFE
Enquanto no Centro-Sul do país as pesquisas vão definindo alguns cenários, em Recife, a disputa está travada entre duas candidaturas de esquerda e de candidatos da mesma família. De acordo com as últimas pesquisas, Marília Arraes (PT) conseguiu abrir uma vantagem contra o seu primo e candidato pelo PSB, João Cam- pos.
A petista aparece com 55% das intenções de voto, contra 45% do adversário. João venceu o primeiro turno com 29,17%, contra 27,95% de Marília.
Nessa primeira semana de campanha, as intrigas familiares marcaram a disputa eleitoral. Os postulantes ao comando do Recife disputam a herança política de Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco, avô da candidata do PT e bisavô do político do PSB.
“Eu nunca me dobrei nem ao PSB, na época em que mandava e desmandava neste estado. Não vou me dobrar a ninguém. Quem lidera o processo político sou eu. Já você, ninguém sabe se quem vai mandar é sua mãe, é Geraldo Julio (atual prefeito), ou Paulo Câmara (governador de Pernambuco)”, declarou a petista durante debate realizado pela Rádio Jornal.
Provocado pela prima, João Campos questionou o apoio recebido por ela do PTB e do Podemos, partidos historicamente críticos e com ideologias bastante divergentes do PT.
“Causa estranheza você (Marília) hoje estar se alinhando com aqueles que criticam o PT de ser uma organização criminosa, que chamam o próprio Lula de ladrão. Hoje, você está tirando foto com eles, mas querendo cobrar coerência. Nós temos lado”, rebateu.
“Causa estranheza você (Marília) hoje estar se alinhando com aqueles que criticam o PT de ser uma organização criminosa, que chamam o próprio Lula de ladrão. Hoje, você está tirando foto com eles, mas querendo cobrar coerência. Nós temos lado”, rebateu.
Para o professor da UnB David Fleischer, a disputa familiar será a mais “empolgante” deste segundo turno. “No Recife, existem diversos cenários para viradas dos dois candidatos. Com certeza, a polarização vai ser a mais empolgante de acompanhar. Quem ganhar terá que mostrar trabalho, enquanto quem perder terá que rever suas políticas internas e familiares”, analisa Fleischer.