Em meio às críticas internacionais ao desmatamento no Brasil, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez neste domingo um discurso de defesa de sua política ambiental, durante a cúpula do G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta). Bolsonaro criticou as "frases demagógicas" sobre a questão e afirmou que o governo continuará protegendo a Amazônia, o Pantanal e todos os biomas.
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Belo Horizonte tem carreata a favor do voto impressoPGR vai investigar campanha de desinformação contra TSEManifestantes defendem voto impresso em protesto em frente ao Palácio do PlanaltoCríticas de Bolsonaro às eleições provocam temor de judicializaçãoNos últimos meses, o mundo tem olhado para a agenda ambiental brasileira por causa das polêmicas em torno da administração das florestas tropicais, em especial da Amazônia. Investidores internacionais já ameaçaram retirar recursos do País, caso o governo brasileiro não amplie a proteção ambiental.
Algumas cadeias varejistas gigantes, principalmente da Europa, também têm condicionado a continuidade das compras de produtos brasileiros a certificações de origem das matérias-primas. Preocupado com o cenário, o Itamaraty pediu a seus embaixadores e demais diplomatas no Exterior que tivessem uma postura mais proativa em relação à imprensa internacional, para passarem aos veículos de comunicação dados oficiais.
Em seu discurso no G20, Bolsonaro afirmou que iria apresentar a "realidade dos fatos". Segundo ele, o Brasil está disposto a buscar novos acordos comerciais com outros países e a assumir "novos e maiores compromissos nas áreas do desenvolvimento e da sustentabilidade".
"Ao mesmo tempo em que buscamos maior abertura econômica, estamos cientes de que os acordos comerciais sofrem cada vez mais influência da agenda ambiental", reconheceu o presidente.
Em sua fala, Bolsonaro procurou fazer a defesa do Brasil na área de sustentabilidade. Ao abordar o crescimento da agricultura nas últimas décadas, ele pontuou que "essa verdadeira revolução agrícola no Brasil foi realizada utilizando apenas 8% de nossas terras. Por isso, mais de 60% de nosso território ainda se encontra preservado com vegetação nativa".
Em outro momento, o presidente afirmou que o esforço na área de sustentabilidade deve estar concentrado na redução das emissões de carbono. "No cenário mundial, somos responsáveis por menos de 3% da emissão de carbono, mesmo sendo uma das dez maiores economias do mundo", disse. "Por isso, também nesse aspecto, mais uma vez tenho orgulho de dizer que o Brasil possui a matriz energética mais limpa entre os países integrantes do G20."
Estes comentários de Bolsonaro surgem em um ano marcado por crises na área ambiental. Em outubro, o Pantanal brasileiro foi atingido por milhares de focos de incêndio, em uma tragédia que repercutiu internacionalmente. Na metade do ano, a Amazônia também foi atingida por uma onda de incêndios florestais.
No G20, Bolsonaro defendeu a união entre conservação ambiental e prosperidade econômica e social. "O que apresento aqui são fatos, e não narrativas", afirmou, sem dizer claramente a quem se referia. "São dados concretos e não frases demagógicas que rebaixam o debate público e, no limite, ferem a própria causa que fingem apoiar", acrescentou.