Professora e fonoaudióloga, Flávia Borja (Avante) será uma das 24 caras novas da Câmara Municipal de Belo Horizonte a partir de 2021. Apesar do primeiro mandato como agente política, a futura parlamentar tem conhecimento do funcionamento do Legislativo. Afinal, o sobrenome não deixa dúvidas: ela é esposa de Fernando Borja (Avante), atual vereador da capital mineira, que não tentou reeleição.
Contudo, Flávia deixa claro. “Ele teve o mandato, mas o meu pertence a mim. Ele teve a postura característica, com que sempre concordei, mas tenho minha personalidade.”
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Minha bandeira é defesa da família, das crianças e das mulheres, numa visão de acordo com meus princípios e valores. Sou cristã e conservadora, missionária por estilo de vida, já fui mais ligada, mas é um estilo de vida. A política é uma maneira de lidar e influenciar de acordo com o que acreditamos.
Qual a posição da senhora em relação ao tema aborto e como ela influenciará o mandato?
Sou pró-vida, não sou a favor do aborto. Não é que vamos implementar esse sistema pró-vida como única alternativa. Mas a questão é que as mães que engravidam em um contexto inesperado, muitas vezes, precisam de um acolhimento, um suporte para levar a vida com a criança. O aborto é permitido somente em três casos, eles dão um leque amplo, mas, mesmo assim, a mãe acolhida pode mudar de ideia e ter o bebê em uma situação totalmente mudada. Já vivenciei isso em uma ONG que salvou mais de 700 bebês, e gostaria de fazer isso como política pública.
Fernando Borja é um crítico do prefeito Alexandre Kalil (PSD). Como a senhora vai se portar quanto à relação com o governo?
Meu mandato vai ser de pautar e analisar essa relação a cada situação. Assim como o Fernando, o que foi bom para a cidade ele votou junto com o governo, não foi oposição total. Vou me pautar na mesma maneira. Não me coloco como aquela posição cega: no que for bom para a cidade e for de acordo com meus princípios, votarei com o governo.
Como avalia a nova composição da Câmara? Há mais mulheres, inclusive...
É uma Câmara que ficou com muita qualidade de pessoas, de formação, tem uma formação boa realmente de carreiras e experiências. Estou animada, acho que vai ser um mandato muito produtivo, bom para a cidade. Temos que pensar também na economia, sou liberal na economia, quero estimular a iniciativa privada. Teremos boas discussões. Creio que temos muito a ganhar com uma Câmara com mais mulheres, não por preconceito, mas as mulheres têm um olhar diferenciado. Não é melhor nem pior, mas é meticuloso, e teremos muito o que ganhar nesse sentido.
Te incomoda a atual legislatura ter sido marcada por cassações e investigações?
A política velha está sendo mudada, retirada, e vejo pessoas muito mais comprometidas com a cidade. Já posso ver novas iniciativas de fiscalização, é algo que quero acompanhar de perto, essa fiscalização do Executivo. Acho que será um mandato bom.
Pretende seguir na carreira política depois de 2024?
Pretendo terminar meu mandato e, obviamente, com o meu trabalho, quero seguir como vereadora. Quero investir em Belo Horizonte, amo minha cidade.