Rubão do carreto solidário, da doação compartilhada no Bairro Boa Vista, o cabo man de transmissões esportivas e agora vereador de Belo Horizonte. É assim que Rubem Rodrigues de Oliveira Júnior, de 44 anos, passará a ser conhecido a partir de 2021. Rubão se filiou neste ano ao PP e, com a ajuda do deputado estadual e jornalista Mário Henrique Caixa (PV), conseguiu uma das 41 cadeiras na Câmara Municipal da capital mineira, ao somar 3.788 votos. Esta será a primeira experiência do “altruísta” com a carreira política. “Estou querendo focar na política, até porque não tenho muita experiência, quero me dedicar para não ficar alheio. Devo me desligar dos outros serviços, em especial o de cabo man, para aprender e estar, de fato, presente como vereador”, diz o futuro parlamentar.
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“O fator social, a comunidade. Por exemplo, no meu bairro, o Boa Vista, reclamam muito que falta rotatória, quebra-mola. Quero dar uma atenção a essa infraestrutura, a parte urbana, principalmente na Região Leste, onde sei que tem esses problemas exatos. Mas BH toda está assim, quando chove o caos é geral. Falo mais da Leste pois é onde vivo, mas quero ser lembrado pelas mudanças boas que conseguir fazer para a cidade”.
O senhor já tem ideia de um primeiro projeto de lei a apresentar?
“Ainda não tenho nada pensado quanto a um projeto de lei. Mas vai ser algo de infraestrutura, imagino que seja isso. Como ainda não tenho uma noção do que dá para ser feito exatamente, prefiro aguardar para não fazer uma promessa ou dizer algo que não possa cumprir. Vão me taxar de mentiroso, e acontece muito com outros. Não quero isso para mim, trabalho corretamente”.
O senhor é do partido da coligação do prefeito Alexandre Kalil (PSD). Vai permanecer como base do governo?
“Devemos ter uma base de aliança, mas não quero ter esse fardo de só porque é base ter que aceitar tudo. Tem questão de coligação, mas mesmo assim minha vitória foi em cima do meu trabalho. A presença do (Mário Henrique) Caixa ajudou muito, mas foi trabalho nosso para vencer a eleição. Vamos votar o melhor para BH, sem obrigação de ter que agradar coligação”.
O senhor entra para a primeira experiência política, mas já pensa em levar adiante?
“Parece que tomei gosto. Sou popular na minha região, e o pessoal me pedia para entrar nisso, é como uma missão a pedido da comunidade. Tanto que saiu o resultado e até agora está assim, todos ligando, me parabenizando. Ainda não penso em 2024, mas imagino que posso sair de novo a candidato. Quero estruturar como vereador, entender bem a atuação, e depois pensar além. Ainda sou leigo, nunca fui político, e quero subir degrauzinho por degrauzinho”.
O senhor ficou conhecido pela atuação em projetos sociais e ajudas diversas na Região Leste. Como começou isso? E imaginava que seria eleito com essa base?
“Imaginava que tinha chance de eleger por conta dos projetos sociais. Sou cria do Bairro Boa Vista e sempre procurei ajudar, joguei bola com uns times da região, sempre tive parceria em mudanças, bater lage, fazer carreto, sempre tive um pouco disso voltado para a solidariedade. Para ter ideia, quando tinha 16 anos, teve um carro com seis pessoas em uma enchente aqui na região, estava afundando. Peguei uma corda, amarrei no para-choque do carro, joguei para uma galera de fora e tiramos o carro dali. Foi a primeira coisa que me fez ver que tinha que ajudar o próximo. Foram lá em casa depois e queriam dar dinheiro, foi uma coisa. Ali, me despertou essa curiosidade. Com 20 anos, comecei a levar o pessoal que tratava de câncer, quimio e radioterapia, ajudar mesmo, por dois anos. O que me deu uma base para isso foi meu trabalho fichado, pois trabalhei na Cemig de office boy até os 18 anos. Fui para a Rede Globo com 21 anos, primeiro como porteiro, motorista, passei para cabo man na cabine do SporTV, hoje trabalho para uma produtora que presta serviço ao SporTV, lá também conheci o Caixa. Estou querendo focar na política, até porque não tenho muita experiência, quero dedicar para não ficar alheio. Devo me desligar da TV para aprender e estar, de fato, presente”.