Jornal Estado de Minas

ENTREVISTA

Vereador eleito em BH propõe mutirão contra excesso de leis: 'Nada desse tanto de normas e leis à toa'

 

Candidato derrotado em 2016, mas vencedor em 2020. Empresário, líder comunitário e professor, Bráulio Lara (Novo) viu no Partido Novo um espaço em que as pessoas compactuam de seus ideais e quer usar desses princípios para fazer Belo Horizonte avançar. O futuro parlamentar tem três linhas para o mandato: “Vou trabalhar pelo empreendedorismo, pela desburocratização e eficiência da máquina pública e na educação. Pois é ela que transforma as coisas. Se não fizer isso, se não tocar na educação, é enxugar gelo”, afirmou, em entrevista ao Estado de Minas.





 

Depois de eleito, Bráulio tentou se mostrar um político que vai além do discurso. Ele chegou a ter um conteúdo viralizado nas redes sociais por ter ido a um ponto do Bairro Buritis, onde preside uma associação de moradores, e agradecer pela eleição (5.776 votos) com um cartaz feito a mão. “Ali é um ponto que o trânsito todo do Buritis passa, naquele semáforo em específico. Eu fiz uma panfletagem todos os dias na última semana de campanha ali, então, na segunda-feira após a vitória, fui agradecer. Foi um movimento importante, mostrou fibra e raça, as pessoas gostam disso, é algo para além dos ideais. Peguei um pedaço de isopor, meu canetão de professor e escrevi, como forma de agradecimento”, disse. 

 

O senhor já tem algum projeto de lei em mente assim que assumir o posto na Câmara?

Tem uma demanda que já participei como ativista que é a melhoria da famosa lei do silêncio. Estava pronto para entrar na pauta da Câmara, mas a pandemia atrasou e ela ficou de fora. Pretendo, junto com o vereador Jorge Santos, que encabeçou isso, avançar nesse projeto, porque é importante. No Buritis, bairro onde atuo com força, a situação sonora é um dos principais problemas, se não o maior, e atormenta o cidadão.

 

Como avalia o trabalho da atual legislatura, pensando na sua futura atuação?

Até prefiro ser bem cauteloso para não criar polêmica onde não precisa. Mas vou seguir um trabalho do (Mateus) Simões e do Dr. Bernardo (Ramos), de tirar empecilho da vida do cidadão, desregulamentar algumas coisas. Uma crítica que fica é a esse tanto  de normas e leis à toa, aí acaba que vereador fica conhecido nacionalmente por mudar nome de rua. Tem que acabar com essas coisas, proponho também fazer esse tipo de coisa como um ‘mutirão’ pontual uma vez ao ano para resolver isso de uma vez, para não tomar tempo na pauta.





 

O Partido Novo vai saltar de uma cadeira na Câmara para três em 2021. Tendo em vista que Minas é um dos pontos fortes do Novo, com a presença do governador, como o senhor vê isso?

É um percentual grande e demonstra que o partido está crescendo. O Novo é muito articulado em garantir a formação técnica das pessoas antes de chegarem à candidatura, ao cargo político. A ponte com governo vai ser muito mais na colaboração de pautas positivas, porque às vezes você ajuda o cidadão em algo que impacta no Estado. Essa seria a ponte com o governador, observando como os deputados e o governador estão trabalhando. Vai ser interessante para alinhar os interesses a nível estadual e municipal.

 

O senhor atuará como base ou oposição à Prefeitura de BH?

Sempre analisando os projetos. Meu trabalho tem que ser independente de base ou não, porque para elevar o nível da Câmara como queremos nós não podemos nos sujeitar a ser cordeiros de coisas que não agregam ao cidadão. Se é bom, votaremos juntos, se for ruim, serei o primeiro a falar, com argumentação.

 

Já pensa em seguir, com reeleição para vereador?

Sim, penso. Se for exitoso, o reconhecimento é automático. Habilitei-me a trabalhar até os 65 anos de idade de forma árdua e assim vou querer, e vai ser da maneira que for para ajudar a cidade. 

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