O segundo turno em Fortaleza quebra uma regra de eleições municipais: por lá, questões nacionais tomaram o protagonismo e deixaram os dilemas da cidade de escanteio em 2020. O candidato José Sarto (PDT), afilhado político de Ciro Gomes e líder das pesquisas, conseguiu reunir forças em nome do que chama de união contra o bolsonarismo. E, assim, isolou seu rival, Capitão Wagner (Pros), candidato com o apoio do presidente Jair Bolsonaro.
Wagner até tentou se descolar da pecha de "candidato de Bolsonaro", ciente do fraco desempenho do chefe do Planalto como cabo eleitoral. O coordenador de campanha, senador Eduardo Girão (Podemos-CE), disse na reta final que Wagner não era bolsonarista e votava, por vezes, contra o governo enquanto deputado federal. Não adiantou. O fato de o presidente pedir votos para o Capitão em suas "lives eleitorais", tentando frear o capital político de Ciro de olho em 2022, foi a senha para Sarto amalgamar os vencidos no primeiro turno.
O pedetista chega às urnas neste domingo com apoio não só de partidos coligados e dos Ferreira Gomes, mas de líderes nacionais como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), além de PSOL, PV, PCdoB e Patriota.
Embora o PT também tenha dado as mãos para Sarto, a candidata do partido no primeiro turno, Luizianne Lins, preferiu não se posicionar na etapa final das eleições, dando continuidade a uma briga política que vem desde a pré-campanha. Ela não abriu mão da candidatura própria e gerou ruídos junto a interlocutores do governador do Ceará, aliado histórico de Ciro Gomes e que articulava chapa com o PDT.
Do outro lado, Wagner não recebeu nenhum novo apoio no segundo turno. "Fortaleza prefere um candidato politicamente isolado, mas que tenha liberdade para formar secretariado", repetiu a campanha do Pros em praticamente todos os eventos de 15 de novembro, quando ele garantiu a ida ao segundo turno, para cá.
O isolamento de Capitão Wagner se reflete nas pesquisas. De acordo com levantamento Ibope divulgado neste sábado, Sarto tem 61% das intenções de votos válidos e o candidato do Pros, 39%. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.
A disputa em Fortaleza tem uma especificidade. Sarto foi o candidato que mais investiu em anúncios no Facebook e no Instagram no País: foram R$ 1.074.990,00 desde a pré-campanha, segundo dados disponibilizados pelas plataformas. Wagner também desembolsou grande quantia, se comparado a candidaturas do restante do Brasil, mas a verba, de R$ 532.390,00, ainda foi 49% menor que a do pedetista.
Para o cientista político especialista em marketing eleitoral Marcelo Vitorino, a importância do tempo de rádio e televisão - que perdeu força em 2018 - é significativa até hoje, mas quem fez uma boa campanha de internet ganha fôlego adicional. "É preciso ter o entendimento de como a plataforma funciona e dar eficiência ao gasto nas redes sociais. Não é só quanto gasta, mas como se gasta", disse ao Broadcast Político.
Wagner até tentou se descolar da pecha de "candidato de Bolsonaro", ciente do fraco desempenho do chefe do Planalto como cabo eleitoral. O coordenador de campanha, senador Eduardo Girão (Podemos-CE), disse na reta final que Wagner não era bolsonarista e votava, por vezes, contra o governo enquanto deputado federal. Não adiantou. O fato de o presidente pedir votos para o Capitão em suas "lives eleitorais", tentando frear o capital político de Ciro de olho em 2022, foi a senha para Sarto amalgamar os vencidos no primeiro turno.
O pedetista chega às urnas neste domingo com apoio não só de partidos coligados e dos Ferreira Gomes, mas de líderes nacionais como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), além de PSOL, PV, PCdoB e Patriota.
Embora o PT também tenha dado as mãos para Sarto, a candidata do partido no primeiro turno, Luizianne Lins, preferiu não se posicionar na etapa final das eleições, dando continuidade a uma briga política que vem desde a pré-campanha. Ela não abriu mão da candidatura própria e gerou ruídos junto a interlocutores do governador do Ceará, aliado histórico de Ciro Gomes e que articulava chapa com o PDT.
Do outro lado, Wagner não recebeu nenhum novo apoio no segundo turno. "Fortaleza prefere um candidato politicamente isolado, mas que tenha liberdade para formar secretariado", repetiu a campanha do Pros em praticamente todos os eventos de 15 de novembro, quando ele garantiu a ida ao segundo turno, para cá.
O isolamento de Capitão Wagner se reflete nas pesquisas. De acordo com levantamento Ibope divulgado neste sábado, Sarto tem 61% das intenções de votos válidos e o candidato do Pros, 39%. A margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.
Gastos de campanha
A disputa em Fortaleza tem uma especificidade. Sarto foi o candidato que mais investiu em anúncios no Facebook e no Instagram no País: foram R$ 1.074.990,00 desde a pré-campanha, segundo dados disponibilizados pelas plataformas. Wagner também desembolsou grande quantia, se comparado a candidaturas do restante do Brasil, mas a verba, de R$ 532.390,00, ainda foi 49% menor que a do pedetista.
Para o cientista político especialista em marketing eleitoral Marcelo Vitorino, a importância do tempo de rádio e televisão - que perdeu força em 2018 - é significativa até hoje, mas quem fez uma boa campanha de internet ganha fôlego adicional. "É preciso ter o entendimento de como a plataforma funciona e dar eficiência ao gasto nas redes sociais. Não é só quanto gasta, mas como se gasta", disse ao Broadcast Político.