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Estado de Minas BOLSONARISMO

Candidatos de Bolsonaro são derrotados nas principais capitais brasileiras

Presidente conquistou triunfos diretos em duas cidades médias: São Gonçalo (RJ) e Anápolis (GO); Vitória e Manaus elegem prefeitos alinhados ao bolsonarismo


29/11/2020 19:48 - atualizado 29/11/2020 20:55

No Rio de Janeiro, bolsonarista Marcelo Crivella sucumbiu ante Eduardo Paes(foto: MAURO PIMENTEL/AFP)
No Rio de Janeiro, bolsonarista Marcelo Crivella sucumbiu ante Eduardo Paes (foto: MAURO PIMENTEL/AFP)
Embora tenha pedido votos a alguns candidatos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) evitou envolvimento direto com a maior parte das disputas municipais na eleição deste ano. Candidatos apoiados diretamente por ele nas principais capitais brasileiras, contudo, fracassaram nas urnas. No Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos) perdeu para Eduardo Paes (Democratas) neste domingo (29/11) e não conseguiu a reeleição. Em Fortaleza, Capitão Wagner (Pros) sucumbiu ante José Sarto, do PDT.


Na capital fluminense, o presidente sofreu sua mais acachapante derrota. Com 99,28% das urnas apuradas, Crivella somava apenas 35,92% das manifestações válidas, ante 64,08% de Paes. Em São Paulo, o revés era conhecido desde o primeiro turno. Apoiado por Bolsonaro, Celso Russomanno (Republicanos) terminou em quarto lugar, com 10,5%. Bruno Covas (PSDB) foi reeleito.

Bolsonaro conseguiu triunfos em duas cidades de médio porte. Assim como os derrotados nas capitais, candidatos no segundo turno em Anápolis (GO) e São Gonçalo (RJ), foram citados pelo presidente em vídeos.

Na cidade goiana, Roberto Naves (PP) conquistou 61,28% e derrotou o petista Antônio Gomide. São Gonçalo, o segundo maior colégio eleitoral fluminense, elegeu Capitão Nelson, do Avante. Seu oponente foi Dimas Gadelha, que deixou o Democratas para se filiar ao PT. O novo prefeito teve a preferência de 50,79% dos gonçalenses que escolheram um candidato.

 

Em Rio Branco, no Acre, o presidente deu incentivos explícitos a Tião Bocalom (PP). Ele venceu a atual prefeita, Socorro Neri (PSB), por ampla margem de votos.


Camila Rocha, cientista política e pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) — e estudiosa do bolsonarismo —, diz que a corrente atravessa momento ruim. Os efeitos da eleição deste ano, contudo, podem não ser tão predominantes para determinar a derrocada do presidente. “Bolsonaro está sem partido. Nos apoios que deu a vários candidatos, como o Crivella, pareciam que estava sendo coagido a apoiar. Boa parte deles não eram orgânicos. Ele não fez muito esforço”, afirma.

Candidatos nordestinos ‘afundam’ após apoios

Citado por Bolsonaro em uma de suas diversas lives, o militar Capitão Wagner ficou com 48,31%, contra 51,69% de Sarto, apoiado pelo clã dos Ferreira Gomes, liderado por Ciro, e pelo governador cearense Camilo Santana, do PT.

Integrante do departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC), Monalisa Lopes crê que Wagner pode ter apostado no bolsonarismo para dar fôlego à campanha.

"Talvez o candidato possa ter feito um cálculo de que o apoio do presidente poderia se reverter em estrutura ou outros aspectos para a sua campanha, porque desde cedo estava óbvio que o presidente tinha uma rejeição grande no estado e em Fortaleza, principalmente. O presidente foi derrotado aqui no primeiro e no segundo turno (em 2018)”, diz.

No Recife, onde a disputa acabou vencida por João Campos (PSB), Bolsonaro viu a delegada Patrícia Domingos (Podemos) naufragar após externar o apoio a ela. A postulante, que chegou a figurar em terceiro lugar nas pesquisas, terminou em quarto, com 14,06%.

Após participar de live com o presidente, Patrícia causou desconforto com o Cidadania, partido de seu vice, Leo Salazar. Nota divulgada pelo presidente nacional do partido, Roberto Freire, confirmou o mal-estar.

"O apoio é, além de tudo, pouco inteligente. Basta ver o que está ocorrendo com os candidatos apoiados e identificados com Bolsonaro. Enquanto uns buscam se associar a ideias retrógradas, preconceituosas, antidemocráticas e anticientíficas, abraçamos a ciência, a democracia, a liberdade de expressão, a diversidade e os direitos humanos", declarou o dirigente.

Alinhados ao bolsonarismo vencem em Vitória e Manaus

Em Vitória (ES) e Manaus (AM), os eleitores optaram por candidatos de direita, que se alinham a parte das ideias de Bolsonaro, mas que não tiveram o apoio direto do presidente. Na capital capixaba, o delegado Lorenzo Pazolini (Republicanos) ganhou do ex-prefeito João Coser (PT). O vencedor recebeu 58,5% dos votos válidos.

Em solo manauara, David Almeida (Avante) obteve 51,27%, contra 48,73% de Amazonino Mendes (Podemos), figura histórica da política amazonense.

“Almeida é conservador, mas não é 100% bolsonarista. Amazonino é um oligarca, está muito velho. Não é um candidato difícil de derrotar. (Almeida) é um candidato de direita, mas não chega a ser um Bolsonaro”, sustenta Carlos Ranulfo, cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Bolsonaro volta às atenções, agora, ao Acre. Em Rio Branco, onde as urnas foram fechadas às 19h, o presidente deu incentivos explícitos a Tião Bocalom (PP). Por volta das 19h50,(de Brasília) com pouco mais de 51% da apuração concluída, Bocalom liderava com quase 20 pontos percentuais de vantagem sobre Socorro Neri (PSB).

BH reservou ‘surpresa’ ao presidente

A maior surpresa positiva para Bolsonaro foi dada, sem dúvidas, pelos eleitores belo-horizontinos. “Queridinho” do presidente, o deputado estadual Bruno Engler (PRTB) contrariou levantamentos pré-eleitorais, angariou 9,95% e terminou como vice-líder da disputa vencida por Alexandre Kalil (PSD).


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