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Estado de Minas

Eleições municipais 2020: segundo turno confirma derrocada do PT em grandes cidades e capitais

Apesar de ser o partido com mais candidatos no segundo turno, legenda terminou vencendo em apenas quatro cidades. Agremiação de Lula não comandará nenhuma capital a partir de 2021


29/11/2020 20:50 - atualizado 29/11/2020 21:10

O partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai comandar nenhuma capital do país nos próximos quatro anos(foto: Reuters)
O partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai comandar nenhuma capital do país nos próximos quatro anos (foto: Reuters)
O segundo turno das eleições 2020 se encerrou com um gosto amargo para o Partido dos Trabalhadores (PT). O partido foi o que mais levou candidatos à segunda rodada da disputa, com nomes em 15 das 57 cidades onde houve segundo turno. Mas terminará as eleições de 2020 sem comandar nenhuma capital de Estado.

 

Ao fim da apuração, os petistas se saíram vitoriosos em apenas quatro cidades: Contagem (MG), Diadema (SP), Juiz de Fora (MG) e Mauá (SP).

 

Em 2020, a legenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) diminuiu em número de cidades governadas pela segunda vez seguida.

 

De 630 prefeitos eleitos em 2012, a sigla passou a 256 em 2016, e 183 este ano.

 

A legenda também não comandará nenhuma capital de Estado: postulantes petistas chegaram ao segundo turno no Recife (PE) e em Vitória (ES), mas foram derrotados em ambas as disputas.

 

Na capital pernambucana, o partido foi ao segundo turno com Marília Arraes. Ela disputou com o próprio primo, João Campos (PSB), mas acabou derrotada por 43 a 56% dos votos válidos. O socialista teve 445 mil votos, ante 347 mil de Marília.

 

Em Vitória (ES), João Coser foi derrotado pelo candidato ligado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O petista teve 72,6 mil votos (41,5% do total), ante 102,4 mil (58,5%) de Delegado Pazolini (Republicanos).

 

Das 15 cidades em que disputaram neste domingo, petistas chegaram ao segundo turno liderando a corrida em sete locais: Caxias do Sul (RS), Contagem (MG), Diadema (SP), Feira de Santana (BA), Juiz de Fora (MG), São Gonçalo (RJ) e Vitória da Conquista (BA).

  

Nas outras oito cidades, os candidatos do PT precisavam de uma virada para vencer — inclusive em Recife e Vitória, o que acabou não acontecendo.

 

O secretário-geral do PT, o deputado federal Paulo Teixeira, avaliou que o partido "melhorou um pouco" o desempenho em relação a 2016. "Agora, gostaríamos de ter ido mais longe", admitiu ele. Na avaliação dele, a mídia contribuiu para o mau desempenho da sigla, ao "esconder" os feitos dos governos petistas.

 

"E a eleição indica também que a gente precisa de uma política de frente (com partidos aliados). Ganhamos (enquanto esquerda) em qual capital? Em Belém (do Pará, com Edmilson Rodrigues do Psol), numa política de frente ampla. Participamos de segundos turnos importantes, em Fortaleza (Ceará, onde venceu Sarto, do PDT), em Sergipe (Em Aracaju, venceu Edvaldo do PDT)", disse ele.

 

"Na minha opinião, esses resultados mostram a necessidade de construir uma frente de esquerda no Brasil", disse Teixeira à BBC News Brasil pouco depois das 19h deste domingo (29).

 

'Erro de avaliação' de petistas

 

Para o cientista político Cláudio Couto, o resultado negativo do PT nestas eleições foi fruto de um "erro de avaliação" por parte da legenda.

 

"Sempre que alguém apontava para o PT a necessidade de uma autocrítica, esse alguém era rechaçado. 'Quem precisa fazer autocrítica são os tucanos, é a imprensa', diziam os petistas. Sem perceber que a autocrítica é justamente sinalizar para a sociedade que você consegue corrigir seus erros e melhorar", diz ele à BBC News Brasil.

 

"Acho que o PT foi incapaz de dar esse recado, de que conseguiria melhorar. E recebeu a resposta nas urnas. Sofreu um tombo monumental em 2016, e outro agora. Que só foi menor porque o partido tinha menos a perder. Mas, se você considera as duas eleições em sequência, foi grande a derrota", disse Couto, que é coordenador do Mestrado Profissional em Gestão e Políticas Públicas (MPGPP) da EAESP-FGV.

 

"Esse resultado também dificulta ao partido chegar em 2022 e dizer (às demais legendas de esquerda) que vai ser o capitão do time na próxima eleição", diz Couto.

 

"Acho que quem sai com mais capacidade de fazer isso, embora também não seja nenhuma Ferrari, é o PDT. Saiu com os melhores resultados de 2020 (dentre os partidos de esquerda). Ganhou em mais cidades, e levou lugares importantes como Fortaleza (CE)", avalia o especialista.


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