O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), voltou a disparar contra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Em entrevista ao Roda Viva, programa exibido pela TV Cultura, nesta segunda-feira (30), Kalil disse que Zema “não fala nada e não faz nada”.
Perguntado sobre o governo de Minas, Kalil disse que teve acesso a uma entrevista de Romeu Zema, no qual o chefe do Executivo estadual disse que o prefeito de BH “fala muito e não faz nada”. O líder da prefeitura da capital mineira respondeu Zema, destacando as dívidas do estado com Belo Horizonte.
“Acho que o governo de Minas está envenenado. Ontem me mandaram uma gravação de uma entrevista que ele deu. Quando me citaram, ele falou assim: 'Fala muito e não fez nada'. O que eu tenho para falar do governador de Minas é que ele não fala nada e não faz nada. Belo Horizonte está fora do cardápio do governo de Minas. Como eu sou devedor de alguém, eu agradado quem eu devo. Agride Belo Horizonte como se não estivesse devendo a Belo Horizonte, ao longo dos 36 meses que ele prometeu pagar, quase R$ 700 milhões”, disparou.
%u201C[Zema] não tem a menor importância para mim, porque se ele não me ajuda, não me ajuda me pagando, não ajuda quando tenho problema de tempestade, em respirador, médico, em nada, o que eu quero com ele? Tomar café, tomar cerveja?%u201D @alexandrekalil, no #RodaViva. pic.twitter.com/kgboB9rYCr
— Roda Viva (@rodaviva) December 1, 2020
Por causa da dívida, Kalil classificou Zema como “péssimo pagador e péssimo de palavra”, destacando que não recebeu ajuda do governo de Minas em algumas situações, como nas chuvas que devastaram a capital mineira no início de 2020. O prefeito de BH também disse que não recebeu auxílio estadual na compra de respiradores durante a pandemia.
“Se ele falar assim: “Alexandre, vem cá. Você vai pra tal lugar, mas toma o seu dinheiro que te devo”. Eu ia lá buscar o meu. Péssimo pagador, péssimo de palavra, péssimo de tudo. Eu não aguento desaforo. Ele não tem a menor importância para mim, porque se ele não me ajuda não me pagando, não me ajuda quando tenho problema de tempestade, não me ajuda em respirador, não me ajuda em médico, nem nada, o que eu quero com ele? Tomar café ou cerveja? Bala de Araxá eu tenho gente que traz para mim”, concluiu.
Durante a condução da pandemia do novo coronavírus, Alexandre Kalil e Romeu Zema trocaram diversas alfinetadas, sobretudo quanto às medidas de isolamento social. Enquanto o governador de Minas defendia uma posição mais “liberal”, o prefeito de Belo Horizonte manteve a rigidez nas regras para o comércio. A capital mineira, por exemplo, sequer aderiu ao Minas Consciente, criado pelo estado para guiar prefeitos na retomada econômica.