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Estado de Minas Entrevista/Fernanda Altoé

''A inclusão não é por assistencialismo'', avalia vereadora eleita de BH

Ex-promotora foca na agenda inclusiva, de inovação e de resultados em seu primeiro mandato


03/12/2020 04:00 - atualizado 03/12/2020 09:14

Fernanda Altoé conseguiu 6.049 votos este ano(foto: Leandro Couri/EM/D. A. Press)
Fernanda Altoé conseguiu 6.049 votos este ano (foto: Leandro Couri/EM/D. A. Press)
Advogada criminalista, ex-assessora do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, ex-promotora de Justiça de São Paulo e uma das figuras mais antigas do Partido Novo, Fernanda Pereira Altoé foi eleita vereadora de Belo Horizonte neste ano com 6.049 votos, em sua segunda tentativa a um cargo na Câmara Municipal da capital mineira. 

Ela se filiou à legenda em outubro de 2015, um mês após a criação, e logo iniciou a campanha para vereadora em 2016. “Na época, não tive aquela atuação de campanha, apesar de ter sido bem votada. Estava grávida do meu primeiro filho, e na campanha deste ano pude conversar com mais pessoas e ser eleita”, afirmou, em entrevista ao Estado de Minas.

Fernanda vai para o primeiro mandato com o lema “inclusão, inovação e resultado”. Ela explicou esse objetivo, que a levou à Câmara de BH.

“Não tenho foco em nenhum tipo de grupo. Meu slogan foi inclusão, inovação e resultado. Inclusão não é assistencialismo, não é caridade, não é privilégio. Temos que ter um olhar para todos, mas somos representantes da população, que precisa cobrar e mandar demanda. Quanto à inovação, o excesso de lei que temos não faz sentido. Existem cinco projetos de lei para revogar oito mil leis em BH e estão todos parados. A produção legislativa precisa ter essa celeridade, o resultado”.

Como se deu sua filiação ao Partido Novo?
Filiei ao Novo pois é um partido que eu me identifico e confio. As pessoas têm o erro de pensar que pelo Novo ser um partido que tem preocupação com resultados, diminuição do Estado, não seja voltado ao social. Para nós, a inclusão não é por assistencialismo, mas pelas responsabilidades de todos nós como cidadão. Não falo muito de dicotomia, direita ou esquerda, não compro essa guerra ideológica, enfraquece as instituições. Você se limita a um conceito e não olha o todo, e me coloco assim, preocupada com o todo. Quero ter uma atuação pragmática, realista e volta a BH e às demandas da cidade.

A partir de qual fato a senhora buscou um lugar na Câmara de BH como vereadora?
Fui candidata em 2016, como já disse, e em dezembro daquele ano nasceu o segundo filho. Aí foquei na carreira, na família, mas com a aproximação da campanha em 2020, o Mateus Simões (secretário-geral do governo Zema e ex-vereador) me ligou e fez o convite. Falou que eu tinha o perfil, aí candidatei. Pois estou na minha cidade, sigo de olho na família e tenho conhecimento de alguns processos legislativos, competências. Me sinto confortável nesse ambiente.

O Partido Novo saltou de um representante na Câmara para três. Como vê essa mudança?
Isso é um reflexo da atuação de quem nos representa. Os deputados federais, estaduais, vereadores e o governador. É um retorno de confiança do trabalho de quem está lá. O Novo trabalha de forma conjunta, lembro que em 2016 tínhamos uma portinha na Pedro II, e era um ajudando o outro ali, é o perfil do partido. Somos unidos, com cooperação. Fui eleita e vários deputados me ligaram, colocaram-se à disposição. Mostra que está tendo um reconhecimento e tem uma coletividade de todos nós.

A senhora já pensa algum Projeto de Lei quando assumir?
Durante a campanha, conversei com muitas pessoas e penso em várias questões. Um PL que queria era de dados abertos, já existe em Florianópolis, de informação mesmo. Pois temos leis de transparência, mas não trazem de forma ampla, ainda é limitado. Isso gera transparência, evita corrupção e canaliza investimento. É uma proposta que tenho e gostaria de colocar em prática. Outro é a respeito da economia. O Mateus Simões economizou mais de R$ 1 milhão para cada mandato dele. O valor que sobra vai para a Câmara, todo gasto é vinculado, e é devolvido à prefeitura. Um projeto seria que a verba seria destinada ao gabinete, e cada vereador, talvez via orçamento participativo, essa verba que sobra poderia ser encaminhada a algum projeto previamente votado. Outro exemplo, precisamos de mobilidade, em todos os aspectos. Um cadeirante não consegue se locomover, precisamos de mais urbanismo de qualidade. Algo importante que também vou tentar priorizar nesse início seria a abertura das escolas, fazer essa pressão. Pois no mundo inteiro existe coronavírus e as escolas estão abertas.

Como a senhora analisa essa nova composição da Câmara? Renovação expressiva, maior número de mulheres...
Estou muito esperançosa. É uma renovação expressiva, estou orgulhosa do belo-horizontino. Com uma representatividade ainda maior, já que teremos mais mulheres e de todos os perfis, e estamos com a faca e o queijo na mão para colocar a Câmara como um poder independente, mas também com essa vigilância, e acima de tudo mostrar nosso papel. É pejorativo dizer que a Câmara está com fulano ou beltrano. Não temos que estar com ninguém, temos que ver nossa posição. Em um primeiro momento deve ter essa fase de adaptação, mas se pudermos ter uma atuação voltada para a cidade como poder Legislativo, gostaria de ter meu nome como mandato diferenciado, que iniciou um novo momento.

Já pensa em 2024? Reeleição ou aspiração a outro cargo como agente político?
Não penso nisso. Estou aqui para trabalhar quatro anos, dar minha participação, para inspirar as pessoas, dizer que vale a pena e que a participação de todos é fundamental. Minha atuação é essa, somente. Sou uma cidadã política.


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