Quem também está certa na disputa é a parlamentar mais votada da história da capital mineira, Duda Salabert (PDT). Ao Estado de Minas, ela confirmou participação na disputa, que ocorre em 1° de janeiro, dia da posse. A pedetista vai representar um grupo ligado à esquerda, formado, ainda, pelas bancadas de PT e Psol.
Há, também, quem acredite em articulações do ex-vereador Wellington Magalhães, cassado no ano passado acusado de desvio de verbas públicas, para ter um representante na eleição para a Mesa Diretora.
Eleita com 37.613 votos, Duda crê que pode atrair vereadores de centro e novatos.“A gente acredita que tem muito fôlego para conseguir essa vitória por dois motivos: primeiro, pela a legitimidade e expressão popular de nossa votação. O segundo é o fato de conseguir trazer votos dos partidos mais de centro”, sustenta.
A construção de uma candidatura à esquerda foi uma das alternativas verbalizadas ao EM por Bella Gonçalves, do Psol.
Léo Burguês tenta viabilizar ‘candidato próprio'.
Uma das fontes contactadas pela reportagem assegura que vereadores que apoiam oficialmente Nely chegaram a ter seus nomes ventilados para disputar a chefia da Mesa Diretora. Outros, garantem que Léo Burguês cogita apoiar chapa para concorrer com a atual presidente — nesse contexto, o pedetista Bruno Miranda foi mencionado.
“Estar no grupo que vai ganhar, para ele, é importante. Ele vai ficar como líder do governo. Ter uma interlocução positiva com qualquer presidente, para ele, é muito importante”, pontuou um parlamentar entrevistado sob anonimato.
Léo Burguês foi buscado pela reportagem, mas não atendeu aos telefonemas e não respondeu à mensagem enviada por WhatsApp.
O mandato dos componentes da Mesa Diretora dura dois anos. Qualquer vereador pode apresentar candidatura até momentos antes da votação. Embora o nome do colega de PDT seja cogitado, Duda Salabert defende que o partido se posicione em conformidade aos ideais históricos da legenda.
“Como o PDT é um partido historicamente de lutas e do campo progressista, não faria sentido estar próximo ao Léo Burguês”, argumenta.
Divergências sobre papel de vereador cassado
Gabriel Azevedo (Patriota), um dos apoiadores de Nely Aquino, vê como factível a possibilidade de Wellington Magalhães tentar emplacar um candidato, embora não saiba quem possa representar o ex-vereador. À época da cassação, Magalhães estava abrigado pelo PSL.
“Ele (Magalhães) e outras pessoas estranhas à Câmara têm esse costume, que precisa ser encerrado, e entender que quem decide a eleição são os vereadores. Ele está tentando (ter um candidato)”, garante.
Reinaldo Gomes (MDB), por sua vez, tem pensamento distinto. “Não sei se Wellington Magalhães ainda tem força para isso. Tem candidato que veio apoiado por ele e ganhou a eleição”, opina.
Nely tem grande leque de apoio
Cálculos feitos por apoiadores de Nely Aquino, como Reinaldo Gomes, estimam que a atual presidente tem o apoio de 22 colegas. “Se não acontecer nada sobrenatural, não tem como tirar a eleição”, diz ele.
Há muitos homens nessa foto e poucas mulheres, mas todos queremos ser presididos por uma delas: @nely_aquino. Aqui, 24 vereadores representados. E mais serão bem-vindos nesse grupo. A Câmara Municipal, de 2021 a 2024, não pode estar nas páginas policiais. pic.twitter.com/9KGPNBRMLw
%u2014 Gabriel Azevedo (@gabrielazevedo) December 5, 2020
Veterano, Reinaldo enxerga, como melhor cenário, aquele em que Nely encabeçaria uma chapa de consenso. “Seria o mais viável. Estamos, hoje, por trás de uma candidatura para, primeiramente, (conseguir) confiança, transparência e segurança à Câmara. O nome dela traz tudo isso para a gente”.