Reeleito para seu quinto mandato consecutivo, Leonardo Silveira
de Castro Pires (PSL), o Léo Burguês, colhe os frutos de sua boa
relação com o prefeito Alexandre Kalil (PSD).
Mesmo não pertencendo à mesma legenda do chefe do Executivo, foi líder do Governo na Câmara Municipal de Belo Horizonte na última legislatura e continuará a exercer a função no novo mandato, a pedido do prefeito.
Mesmo não pertencendo à mesma legenda do chefe do Executivo, foi líder do Governo na Câmara Municipal de Belo Horizonte na última legislatura e continuará a exercer a função no novo mandato, a pedido do prefeito.
Ex-membro do movimento estudantil, Burguês foi presidente da Câmara entre 2011 e 2014. O vereador aponta como prioridade a recuperação da economia de Belo Horizonte, em baixa na pandemia de COVID-19.
“Os comerciantes foram fundamentais para o enfrentamento
da COVID-19. Essas pessoas acabaram pagando aluguéis, impostos,
pagando funcionários para ficar em casa”, afirma.
Uma das preocupações do vereador é a aprovação da
reforma da Previdência municipal, proposta pelo governo Kalil em maio.
O parlamentar é autor de emenda ao projeto de lei,
sugerindo que os servidores contribuam com alíquota proporcional
aos seus rendimentos – 11% para quem recebe até R$1.500, aumentando progressivamente até 19%, para quem tem salário acima de R$16 mil.
Léo Burguês enfrentou problemas no último mandato. Em agosto, a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão no seu gabinete, investigando suposto esquema de ‘rachadinha’, em que funcionários do gabinete devolveriam ao vereador parte do salário recebido. Ele nega irregularidades.
Quais são seus principais projetos para o novo mandato?
O principal é a recuperação da economia. Que a gente possa dar uma compensação para aqueles que foram fundamentais para os bons números de Belo Horizonte (na pandemia). Alguns são muito claros. O sistema primário de saúde, o enfrentamento por parte dos médicos. Mas também temos aqueles que participaram, por força de decreto, com o fechamento de suas atividades. Acabaram pagando aluguéis, impostos, pagando funcionários para ficar em casa. Esses comerciantes foram fundamentais para o enfrentamento da COVID-19. O primeiro ponto para o ano que vem é essa recuperação da economia. Queremos apoiar bastante o setor de turismo, o maior gerador de empregos. O setor de bares e restaurantes. Temos algumas coisas para enfrentar ainda neste ano, como a reforma da Previdência dos servidores. Fizemos novo cálculo da contribuição previdenciária dos servidores. Hoje eles pagam 11%. O governo apresentou proposta para passar para 14%. No dia 1º, discutimos em audiência pública e eu apresentei uma emenda. Defendo que passemos para uma contribuição escalonada entre 11% e 19%.
''Fizemos novo cálculo da contribuição previdenciária dos servidores. Defendo que passemos para uma contribuição escalonada entre 11% e 19%''
O senhor segue como líder do Governo na Câmara e foi o único candidato a vereador que teve apoio explícito do prefeito Alexandre Kalil na campanha, mesmo não sendo do partido dele. Como é essa relação?
A liderança é prerrogativa exclusiva do prefeito. Ele me convidou e eu aceitei ser novamente líder do Governo. Tivemos 100% de aproveitamento no mandato. Estive praticamente os quatro anos como líder. Acredito que desempenhamos um bom trabalho.
O Projeto de lei 247/2017, que trata do Escola sem Partido, foi aprovado em primeiro turno em Belo Horizonte. No ano passado, no Brasil, tivemos mais de 300 mortes violentas de pessoas LGBT, quase uma por dia. O senhor acha que as crianças devem aprender na escola, desde pequenas, a respeitar as diversidades, para que essas estatísticas possam diminuir?
Acho que a discussão sobre a diversidade é positiva para acontecer nas escolas sim. O que não pode haver é doutrinação para qualquer lado que seja. A discussão é salutar sim, na idade correta para existir.
O que o senhor chama de doutrinação?
Doutrinação seria induzir a criança a uma determinada escolha sexual.
O senhor acha que existe isso nas escolas?
Não disse que existe. Falei que não deve existir. Agora, essa questão do Escola sem Partido já foi discutida em tribunais superiores. E foi considerado inconstitucional discutir isso em nível municipal. Na prática, não vai trazer nenhum resultado em nível municipal.
O senhor passou por problemas durante o mandato. Enfrentou busca e apreensão da polícia em seu gabinete, foi acusado de ter praticado ‘rachadinha’. Ainda assim, dos 41 vereadores que tentaram a reeleição, o senhor está entre os 17 que conseguiram. Como estão essas questões judiciais hoje em dia?
Na verdade, não é judicial. Está na Polícia Civil. Não foi criado processo. Eu vejo com naturalidade. A polícia vai investigar e a gente vai prestar os esclarecimentos necessários. Por enquanto, não fui nem chamado para depor. Tenho muita tranquilidade, por ter certeza de que não existe nenhum ato ilícito nos meus 20 anos de mandato. A população de BH acaba de me reeleger para o quinto mandato de vereador, com quase o dobro de votos, demonstrando confiança nos meus atos e na minha idoneidade. Continuo trabalhando normalmente e à disposição das autoridades. Tenho confiança na nossa Polícia Civil e certeza de que ao final será demonstrado que não existe nenhuma irregularidade no meu mandato.
O senhor foi eleito em 2016 com 3.519 votos e em 2020 com 6.190. Com esse aumento de popularidade, pensa em se candidatar para deputado nas eleições de 2022?
Fui reeleito com praticamente o dobro dos votos. A maioria dos vereadores diminuiu sua votação e nós praticamente dobramos. Isso credencia a gente. Mas temos de aguardar, conversar com as pessoas. Por enquanto, vamos conversar com os companheiros.