O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) admitiu que seu grupo político não foi bem nas eleições municipais deste ano e disse que, para evitar os mesmos erros em 2022, a solução é melhorar a comunicação. Com o discurso de vencer uma "guerra de ideias", o filho do presidente Jair Bolsonaro lançou nesta terça-feira (8) o Instituto Conservador-Liberal (ICL), do qual é presidente.
Para uma plateia formada por ministros, secretários, parlamentares, militantes de direita e blogueiros, Eduardo afirmou que o movimento conservador precisa sobreviver a Jair Bolsonaro e não se limitar às disputas eleitorais. Neste ano, bolsonaristas foram aquém do desempenho de 2018, enquanto partidos de centro se fortaleceram.
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O encontro ocorreu em um bar da Asa Sul de Brasília. No espaço lotado, quase todos os convidados estavam sem máscara, ao contrário do que autoridades sanitárias recomendam como medida para evitar o contágio da COVID-19. Entre os presentes, estavam os ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente), Marcelo Álvaro Antonio (exonerado ontem do Turismo), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Onyx Lorenzoni (Cidadania), que discursaram. O secretário especial de Comunicação, Fabio Wajngarten, foi o mestre de cerimônias.
Um vídeo de pouco mais de dois minutos apresentou o instituto destacando cenas de recentes protestos no Chile e na Avenida Paulista, em São Paulo, além de performance de artistas nus e de uma mulher defecando sobre uma foto de Bolsonaro. Em outro momento, exibiu notícias sobre a covid-19 e o assassinato de um homem negro por seguranças do Carrefour, em Porto Alegre, enquanto Eduardo falava em "manipulação da verdade".
Instituto
O ICL é inspirado nos "think tanks" conservadores americanos, como The Heritage Foundation. CEO do instituto, o advogado Sérgio Sant'Ana, ex-assessor do Ministério da Educação na gestão de Abraham Weintraub, disse que a proposta é oferecer cursos de formação política, publicar livros, promover intercâmbio e criar grupos de pensadores de direita para influenciar nas políticas públicas. O instituto passará a organizar no Brasil a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), evento de direita lançado em 1974 nos Estados Unidos, e que teve a primeira edição brasileira em 2019.