Jornal Estado de Minas

Entrevista/Cláudio do Mundo Novo

'Pela retirada de irmãos que vivem nas ruas', defende vereador eleito de BH


Cristão, Cláudio Mota Campos (PSD) carrega, em seu nome político, a missão católica Mundo Novo, fundada pelo deputado federal Eros Biondini (Pros).

Eleito vereador de Belo Horizonte com 6.268 votos, Cláudio quer impulsionar projetos que auxiliam pessoas em situação de vulnerabilidade social, como cidadãos em situação de rua por conta do vício em álcool e drogas.



Um dos objetivos do futuro parlamentar é obter apoio governamental para dar incentivos fiscais aos que prestam apoio a moradores em situação precária.

“Fazemos um trabalho assistencial ligado à restauração de famílias e vidas, pela retirada de irmãos que vivem nas ruas. Tenho um projeto de ‘volta para a casa’”, explica, em entrevista ao Estado de Minas.

Cláudio do Mundo Novo vai engrossar a bancada cristã do Legislativo municipal. Ele crê que os belo-horizontinos precisam de “acolhida religiosa”.

Embora seja apadrinhado por Eros Biondini, deixou o Pros para concorrer pelo PSD. A opção foi pragmática, com o objetivo de vencer a disputa eleitoral.

Para chegar à Câmara, precisou concorrer com os 13 pessedistas com mandato – a nova bancada terá seis integrantes. “A chapa (do Pros) ficou horrível. Se eu entrasse, todo mundo saía correndo de lá. Tive que entrar no “chapão”. Entrei na “guilhotina” e, graças a Deus, tive sucesso”, afirma.





Ele chega ao Parlamento municipal com certa experiência política. Entre meados de outubro de 2018 e janeiro do ano passado, ocupou uma das 77 cadeiras da Assembleia Legislativa, quando ainda estava no Pros. Suplente, foi convocado após o missionário Márcio Santiago ser cassado.

Qual a bandeira prioritária de seu futuro mandato?
Defendo causas ligadas à família. Nossa bandeira principal é a retirada de pessoas da drogadição e do alcoolismo. O vereador legisla, fiscaliza a prefeitura e, depois, dá sequência às bandeiras normais, que são educação, saúde, segurança pública e mobilidade urbana. Vamos trabalhar todas essas vertentes, mas fazemos um trabalho assistencial ligado à restauração de famílias e vidas, pela retirada de irmãos que vivem nas ruas. Tenho um projeto de ‘volta para a casa’.

O senhor falou em ajudar pessoas que estão nas ruas. Quais mecanismos parlamentares pretende utilizar para auxiliá-los?
Primeiramente, tenho que conversar com os órgãos competentes da prefeitura que trabalham a assistência social. Fui chefe de gabinete (da subsecretaria) regional Pampulha, e conversávamos constantemente com o setor que faz a abordagem dos moradores de rua, para poder ouvir os motivos que os levaram às ruas e prestando solidariedade. Em nosso caso, retiramos para internação nas comunidades terapêuticas. Um de nossos sonhos é retirar os moradores de rua e dar dignidade a eles, encaminhando-os para comunidades e, depois, para a reinserção social. Vamos tentar conversar com o prefeito para ver se há algo ligado à diminuição de impostos em troca de ajudas sociais. Esses incentivos podem favorecer (comunidades de reabilitação).





O senhor é conhecido pelo nome de uma comunidade religiosa. Pretende engrossar a bancada cristã?
Sim. Temos que nos unir para fazer o bem à população, que está muito carente da acolhida cristã, religiosa. A outra bancada (que, na visão de Cláudio, não está ligada aos ideais cristãos) também aumenta, com a entrada da Duda (Salabert PDT). Eles devem, possivelmente, engrossar a forma deles de agir, sendo incisivos no que pensam, como a ideologia de gênero e casamentos homoafetivos.

O senhor já tem ideias sobre um possível primeiro projeto a apresentar?
Vamos apresentar vários projetos de lei. Um deles é relacionado ao resgate de pessoas em vulnerabilidade social. Algo para que a prefeitura possa nos ajudar a resgatar pessoas. De vários que tenho, para educação e saúde, esse é um dos projetos que quero defender e colocar em pauta. Para dar dignidade às pessoas que não têm nenhuma condição de sobrevivência.

O senhor ficou alguns meses na Assembleia, em 2018. O que pode levar, do Legislativo estadual, à Câmara de BH?
Aprendi muita coisa boa na Assembleia, que é uma instituição super-organizada. As competências da Assembleia nos dão respaldo, com pessoas que orientam e ajudam. Lá me ajudou muito a entender melhor a questão de auxílio às entidades caritativas, os hospitais filantrópicos, as Associações de Pais e Amigos de Excepcionais (APAEs) e as comunidades terapêuticas.

O senhor é muito próximo ao deputado federal Eros Biondini, seu grande parceiro político. Por que estão em partidos diferentes?
No outro partido não seria eleito. Tive que sair do Pros, pois não deu chapa lá. A chapa ficou horrível. Se eu entrasse (na chapa), todo mundo saía correndo de lá. Tive que entrar no “chapão”. Entrei na “guilhotina” e, graças a Deus, tive sucesso.





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