Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

'#Bolsonaro171': internautas criticam plano de imunização federal

Parte da internet não perdoou o governo federal por ter entregue, ao Supremo Tribunal Federal (STF), um plano de vacinação contra a COVID-19 com assinaturas de diversos especialistas em saúde que dizem não ter tido acesso à versão final do documento.



Neste domingo (13/12), usuários do Twitter impulsionaram uma hastag para criticar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A #Bolsonaro171 tem sido utilizada por diversos perfis da rede social.

O documento tem 150 signatários, mas 36 deles, além das alegações sobre não terem tido acesso ao texto, cobram medidas mais abrangentes de imunização.

"Nos causou surpresa e estranheza que o documento no qual constam os nomes dos pesquisadores deste grupo técnico não nos foi apresentado anteriormente e não obteve nossa anuência. Importante destacar que o grupo técnico havia solicitado reunião e manifestado preocupação pela retirada de grupos prioritários e pela não inclusão de todas as vacinas disponíveis que se mostrarem seguras e eficazes", afirmaram os cientistas, em nota técnica publicada neste sábado.

Nas redes, diversos influenciadores repudiaram a postura do governo. “O que mais falta para o genocida #Bolsonaro171 ser condenado por crimes contra a humanidade?”, escreveu Lola Aronovich, ativista das causas feministas.



Por outro lado, há quem minimize a nova crise aberta pelo governo Bolsonaro. A deputada estadual paulista Janaína Paschoal (PSL) está nesse grupo. “”Penso que está havendo uma confusão. Os 36 técnicos que reclamam não terem visto o plano de vacinação, em sua versão final, confirmaram terem colaborado para o plano em alguma medida”, exclamou.




Reivindicações


Os profissionais pediram "que todas populações vulneráveis sejam incluídas na prioridade de vacinação, como indígenas, quilombolas, comunidades reibeirinhas, privados de liberdade e pessoas com deficiência", além de outros grupos populacionais já incluídos e apresentados no plano inicial do governo".

O texto pede ainda que o governo considere estender a imunização gratuita contra a COVID-19 aos trabalhadores da educação e aos trabalhadores essenciais, que não pararam de trabalhar na pandemia. O plano de imunização remetido ao STF não contempla os presidiários, que constavam nas primeiras versões da campanha. Quilombolas, ribeirinhos e pessoas com deficiência também ficaram de fora.

O plano


O Ministério da Saúde pretende priorizar os idosos, os profissionais de saúde, pessoas com comorbidades, professores do ensino fundamental ao superior, profissionais das forças de segurança e salvamento e os funcionários do sistema prisional. O plano divide esse pessoal em quatro grupos e não estabelece data para o início da aplicação da vacina.

Encabeçado pelo chefe da saúde federal, Eduardo Pazuello, o plano explicita o desejo de vacinar os grupos prioritários no primeiro semestre de 2021, mas não crava datas.

Com informações de Marina Barbosa, do Correio Braziliense



audima