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Estado de Minas COVID-19

Zema alfineta Dória: 'Não é certo quem mora num estado ser vacinado antes'

Governador reforçou nesta segunda (14/12) que MG vai seguir Plano Nacional de Vacinação sem 'plano B', a despeito dos imbróglios que envolvem a campanha federal


14/12/2020 10:52 - atualizado 14/12/2020 15:12

Em tom exaltado, Zema diz que governadores e prefeitos que querem implantar planos alternativos de vacinação devem 'sair da ilha da fantasia'(foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
Em tom exaltado, Zema diz que governadores e prefeitos que querem implantar planos alternativos de vacinação devem 'sair da ilha da fantasia' (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
Em entrevista coletiva concedida na Cidade Administrativa nesta quarta-feira (14/12), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), reforçou a promessa de que todos os mineiros terão vacinas contra a COVID-19. O chefe do executivo, no entanto, foi enfático ao dizer que o estado vai seguir à risca o Plano Nacional de Vacinação, em fase final de elaboração em meio a imbróglios com o Supremo Tribunal Federal (STF) e com os próprios pesquisadores que assessoram o Ministério da Saúde

Questionado pelo Estado de Minas se teria preparado um plano B para aquisição de doses, caso o ministério não as forneça em quantidade suficiente, Zema foi categórico: “Temos plano B, C, D, E, F para o povo mineiro aqui”. Ele não detalhou, contudo, como pretende garantir os imunizantes. Ou se, a exemplo da prefeitura de Belo Horizonte, chegou a fechar acordos com laboratórios e institutos de pesquisa. Limitou-se a dizer que “o estado está se preparando para isso”. 

“Só que não é gritando, nem fazendo alarde que faremos isso. É um trabalho interno da secretaria de Saúde. Se amanhã jogarem uma bomba em Brasília e nós não pudermos contar mais com o governo federal, temos todas as vacinas já mapeadas, os fornecedores e temos recursos. Vamos separar um recurso. Inclusive, contamos com o fato de que uma tragédia nacional pode acontecer. Nesse caso, também asseguro: o povo mineiro não vai ficar sem vacina”, afirmou o mandatário. 

Em tom exaltado, mas sem citar nomes, o gestor também criticou a queda de braço entre o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, e o governador de São Paulo, João Dória (PSDB). “Infelizmente, muitos governantes têm se aproveitado dessa questão de forma política, da mesma maneira com que se aproveitaram no início da pandemia. Eu sou da opinião de que todo brasileiro merece ser vacinado, caso queira. E não alguém que mora num estado que tem um laboratório. “Não é justo quem mora num estado ser vacinado antes, ter prioridade. O certo é que todo brasileiro, incluindo os mineiros, tenham acesso à vacina. E assim será feito.”, argumentou. 

Para Zema, prefeitos e governadores que se adiantam para garantir a vacina vivem numa espécie de "mundo da fantasia", uma vez que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não aprovou nenhum produto. 

"E caso algum prefeito ou algum governador conseguisse uma vacina homologada, que não existe ainda - vamos deixar muito claro - nós só estaríamos provocando uma corrida maluca, um grande tumulto. Porque se a cidade A ou o estado B tivessem iniciado uma vacinação, o que nós teríamos seriam pessoas viajando, se deslocando para poderem ser vacinadas".

Preparativos

Entre os preparativos para a campanha de vacinação contra a COVID-19, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) cita ações como aquisição de 50 milhões de seringas e agulhas e 671 câmaras refrigeradas para 462 municípios.

A SES-MG informou que a distribuição das doses vai seguir o fluxo das campanhas existentes. O Ministério entregará as doses na Central Estadual da Rede de Frio, em Belo Horizonte, que distribuirá as ampolas para outras 28 unidades regionais da SES-MG. Cada um dessas regionais é responsável por um número de municípios.

O Plano Nacional de Vacinação entregue pelo Ministério da Saúde ao STF detalha que o Brasil "garantiu" 300 milhões de doses de vacinas por meio dos seguintes acordos. 
  • Fiocruz/Astrazeneca, que inclui 100,4 milhões de doses até julho e outras 30 milhões por mês no segundo semestre.
  • Covax Facility, que engloba 42,5 milhões de doses.
  • Pfizer, com 70 milhões de doses - ainda em negociação. 
Os três pactos totalizam 142 milhões de ampolas. O restante - cerca de 160 milhões - seria produzido pela Fiocruz, por meio do acordo bilateral de transferência de tecnologia com AstraZeneca/Oxford. A remessa está prevista para o segundo semestre de 2021. 

"Somados os 142 milhões + 160 milhões, o Brasil poderá ofertar 300 milhões de doses na rede pública de saúde, além de outras que venham a ser aprovadas futuramente pela Anvisa", diz a nota técnica que acompanha o plano.


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