Depois de criticar governadores e prefeitos que fecham acordos alternativos ao Plano Nacional de Vacinação contra a COVID-19, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), mirou a Assembleia Legislativa (ALMG) e o Congresso Nacional. Para o chefe do Executivo mineiro, as duas instituições dão pouca prioridade às reformas, travando importantes avanços no estado e no Brasil.
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Críticas
Na ocasião, o governador destacou os pontos que considera positivos de sua gestão, como a aprovação da Reforma da Previdência, proposta do executivo aprovada na ALMG em setembro. Zema destacou, contudo, que o texto votado não é o que ele considera ideal, uma vez que excluiu pontos como a correção automática do tempo de contribuição de acordo com o aumento da expectativa de vida.
"Me parece que, no setor público, as pessoas gostam de fazer a mesma coisa duas, três, quatro vezes, em vez de já deixar uma previsão para uma solução definitiva. Esse raciocíno precisa ser mudado dentro das instituições públicas. Precisamos resolver as coisas pensando no longo prazo e não somente nos próximos anos", ressaltou o governador, estendendo às críticas ao Congresso Nacional.
Zema acredita que o desempenho da economia mineira nos próximos anos depende, em parte, de grandes reformas, cujo avanço estaria nas mãos de deputados federais e senadores.
"O governo federal, felizmente, tem uma pauta reformista, mas não tem sido pautada no Congresso. Está aí parada a reforma administrativa, que é importantíssima, pois vai dar mais racionalidade às carreiras públicas. Precisamos de uma reforma tributária para simplificar a vida de quem gera empregos. Precisamos de uma reforma política para que a representatividade melhore", cobrou.
"E cabe aos parlamentares, tanto os de brasília, como àqueles de Minas, levarem o Brasil e o nosso estado para um novo patamar. Lembrando que o Executivo faz o presente, o Judiciário julga o passado e quem faz o futuro é o Legislativo através das suas leis", completou Zema.
'Parceiro'
O Executivo nacional foi poupado das críticas. O dirigente destacou que tem estabelecido com o governo Bolsonaro "um diálogo produtivo". Como exemplo do bom relacionamento, citou seu encontro com o ministro das Minas e Energia Bento Costa Albuquerque em Furnas, nessa segunda-feira (14).
"Ele saiu de lá sensível à cota 762, que nós precisamos para aquele reservatório, de modo que as outras atividades distintas da elétrica não sejam tão afetadas quanto estão sendo atualmente", afirmou o político.
Ele se refere à campanha empreendida pelo governo mineiro junto à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), braços do Ministério das Minas e Energia que regulam o fluxo e geração de energia nas hidrelétricas do país. Minas reinvidica aos órgãos um plano de recuperação do reservatório, com estabelecimento da cota mínima de 762 metros acima do nível do mar, considerado suficiente para o uso da água em atividades múltiplas, como turismo, pisicultura e agropecuária. O nível atual de Furnas está em 759,24 metros.
Zema disse ainda que pretende se reunir com presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quinta-feira (15) no Norte de Minas, para a inauguração de uma rodovia.
"O governo federal tem sido um parceiro. Tem nos auxiliado naquilo que é possível. Sabemos das dificuldades num ano de pandemia, as contas públicas estouraram mas, tudo o que é possível, tem sido direcionado para Mina Gerais. Nosso diálogo tem sido muito produtivo, elogiou.